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Crédito no BB cresce o dobro do de rivais, mas retorno perde força

Analistas veem piora na rentabilidade paga ao acionista e ações caem 4,45% na Bolsa

Lucro do BB recua 5,7%, afetado pelo prejuízo do Votorantim e pelo aumento de provisões para calotes

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Promovida pelo governo Dilma, a chamada "guerra dos juros" levou o Banco do Brasil a dobrar o ritmo de crescimento do crédito dos concorrentes privados.

O volume gerado de financiamentos, no entanto, ainda é insuficiente para manter a antiga remuneração paga aos acionistas.

No BB, as operações de crédito atingiram R$ 532,3 bilhões em setembro, volume 20,5% superior ao do mesmo mês de 2011 -nos bancos privados a expansão foi de 10%.

O resultado foi um lucro de R$ 2,72 bilhões no terceiro trimestre, queda de 5,7% ante o mesmo período de 2011.

Sem contar eventos extraordinários, como pagamento ao fundo de pensão Previ, o banco estatal lucrou R$ 2,485 bilhões -10,2% mais do que no terceiro trimestre de 2011.

No entanto, a chamada rentabilidade patrimonial (indicador de retorno pelo investimento ao acionista) caiu de 22,6% para 18,6% nessa comparação. Por essa razão, as ações do BB recuaram 4,5% ontem, enquanto a Bolsa de São Paulo perdeu 1,7%.

Os segmentos de maior expansão foram financiamentos a veículos (23%), crédito consignado (95%) e empréstimos imobiliários (70%).

Segundo Alexandre Abreu, vice-presidente de varejo, foram "ativados" 3 milhões de clientes desde quando o BB passou a oferecer taxas menores. "São novos clientes que chegaram ao banco ou clientes que tinham conta, mas que não trabalhavam muito com a gente", disse.

MAIS CALOTES

O resultado do BB só não foi maior devido ao prejuízo de R$ 497 milhões do Banco Votorantim e também ao aumento das despesas com provisão para calotes, que subiu 20% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, de R$ 8,8 bilhões para R$ 10,5 bilhões.

As receitas com serviços e tarifas atingiram R$ 5,3 bilhões -11,9% mais do que no terceiro trimestre de 2011.

Para João Augusto Salles, analista da Lopes Filho, os bancos já mostram queda nas margens de ganho com empréstimos, mas ainda não entregaram um volume maior de empréstimos para manter a rentabilidade do passado.

"Esse aumento no volume virá com o tempo. O quadro é parecido em todos os bancos", disse o analista.

"É natural que, com 'spreads' [diferença entre a taxa que o banco oferece para captar o dinheiro de um cliente e aquela que empresta a outro] menores, o banco aporte volumes cada vez maiores que compensarão isso", disse Rogério Caffarelli, vice-presidente do BB.

"O ambiente de negócio fica mais favorável. É benigna essa posição para o banco."


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