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O inventor de bebidas

O empresário Luiz Otávio Pôssas, que estreou no mundo dos negócios com franquia da Coca-Cola, coleciona marcas de sucesso em seu portfólio, como Kaiser e Kero Coco

Andre Fossati - 27.set.12/Folhapress
Fabricante de bebidas Luiz Otávio Pôssas em seu alambique na fazenda Vale Verde, em Betim (MG)
Fabricante de bebidas Luiz Otávio Pôssas em seu alambique na fazenda Vale Verde, em Betim (MG)
TATIANA FREITAS DA ENVIADA ESPECIAL A BETIM (MG)

"Estou fazendo para mim. Se alguém quiser beber, beba. Se não quiser, eu bebo e está tudo muito bom."

É por satisfação pessoal que o empresário Luiz Otávio Pôssas, 70, inventa bebidas -uma atrás da outra.

A estreia no setor foi em grande estilo. "Fabriquei Coca-Cola durante 40 anos", diz Pôssas, que herdou a franquia da Coca em Minas.

Com ela, aprendeu a valorizar o rigor com a qualidade na produção, diz. Mas a influência não estava só no campo técnico. Ele também absorveu a cultura da gigante.

Adotou uma frase estampada na sede da empresa, em Atlanta: "O mundo pertence aos insatisfeitos".

"Nunca estar satisfeito é a melhor coisa do mundo. Se já estiver satisfeito com tudo, o que vou fazer? Mais nada."

Foi a insatisfação -e a ameaça de falência no início da década de 1980- que levou Pôssas à sua primeira invenção: a Kaiser.

A criação da cerveja foi a saída encontrada para enfrentar a concorrência. "Brahma e Antarctica obrigavam o ponto de venda a comprar o refrigerante deles em função da cerveja. Era a chamada venda casada", conta.

Com uma marca própria de cerveja, poderia brigar com as líderes de igual para igual. Sem o apoio da matriz, Pôssas foi estudar cerveja em Munique e, em 1982, construiu a primeira fábrica da Kaiser.

Com ela, conseguiu elevar a participação de mercado da Coca de 15% para 48% em quatro meses.

"Outros fabricantes da Coca também quiseram a Kaiser e ela se espalhou pelo país."

Com a fusão entre Brahma e Antarctica anos depois, Pôssas decidiu sair do mercado e vendeu a Kaiser à canadense Molson em 2003. Nessa época, já fazia sucesso com a sua segunda invenção: água de coco engarrafada.

Em uma parceria com a Universidade de Viçosa, Pôssas desenvolveu a primeira tecnologia para envasamento de água de coco, dando origem à Kero Coco.

Em 2009, a marca foi vendida à Pepsico quando dominava quase 100% do mercado. "Foi uma proposta irrecusável", afirma.

SINA

Sem a Coca, a Kaiser e a Kero Coco, Pôssas teve mais tempo e capital para se dedicar a uma invenção até então restrita a amigos: hoje a premiada cachaça Vale Verde.

A produção é feita na fazenda de mesmo nome, que foi transformada em parque ecológico com atrações como o museu da cachaça e exposição de aves -outra paixão do empresário.

Em setembro, Pôssas lançou a sua última invenção: o licor de café 1727 -ano em que o grão chegou ao Brasil. Mesmo com a bebida recém-chegada ao varejo, ele diz que "o melhor já passou".

O prazer, diz, está no desenvolvimento do produto. "O gostoso é ficar provando até chegar à fórmula correta."

Por isso, o incansável Pôssas já trabalha em uma nova alquimia. Pretende lançar, em 2013, um vinho de cana-de-açúcar. "Cada um tem uma sina na vida. A minha é mexer com bebidas."


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