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Balanço de jornais nos EUA reforça foco na circulação

Receita obtida junto aos leitores cresce em títulos como o "New York Times" e nas publicações da rede Gannett

Sucesso e agressividade na implantação de paywall levam mercado financeiro a reavaliar o setor, afirma analista

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Nas últimas semanas, os principais jornais dos EUA -"New York Times", "Wall Street Journal", "USA Today" e "Washington Post"- divulgaram balanços do terceiro trimestre e, de maneira geral, "o que vemos é a crescente importância da circulação", afirma o analista Ken Doctor, da consultoria Outsell.

Os dados apontam aceleração na "marcha para a receita com o leitor se tornar mais importante que a receita com publicidade".

Ao longo dos últimos 12 meses, as ações de jornais americanos se valorizaram entre 50% e 80%, com os investidores apostando nos resultados que vêm sendo obtidos com paywalls (muros de pagamento), as assinaturas para acesso digital adotadas por diversos títulos.

"O mercado começa a reavaliar a 'morte' dos jornais, baseado no sucesso e na agressividade com que as principais marcas estão implantando os paywalls", diz o analista Douglas Arthur, da Evercore. "Há uma recalibragem: 'talvez isso funcione, talvez dê nova vida ao setor, talvez queiram pagar'."

"O raio brilhante de esperança é a circulação digital ou a circulação por todos os acessos", diz Doctor. "Vemos isso prosseguindo no 'WSJ' e vemos nos novos programas do 'NYT' e da Gannett, que começou há seis meses. Em todos a receita com circulação agora aumenta."

No "NYT", as assinaturas digitais, que estrearam no ano passado, somaram 566 mil no terceiro trimestre, um crescimento de 11% em relação ao segundo. Em relação ao mesmo período do ano passado, a receita com circulação saltou 7,4%.

Na Gannett, rede que já tem 71 jornais com paywall, mas ainda não o "USA Today", sua maior publicação, o crescimento da receita com circulação foi de 5,6%, em relação ao terceiro trimestre de 2011. A exemplo da News Corp., do "WSJ", a Gannett foi beneficiada também por seu outro braço, a TV, num período de Jogos Olímpicos.

Entre os principais jornais, o maior problema está no "WP", que resiste a adotar paywall. No período, viu sua circulação, só impressa, cair 8,9% nos dias de semana.

O que salvou o trimestre da Washington Post Co. foram os bons resultados com TV, a exemplo de News e Gannett. Outra área que antes garantia números positivos ao grupo, a divisão de educação, viu sua receita cair 8%.

"Eles serão forçados a adotar paywall", diz Doctor. "O 'WP' tem ambições jornalísticas nacionais, mas tira sua receita de uma só área metropolitana. Não são o 'NYT', mas há bastante gente que pagaria para ter o 'WP' on-line, não só impresso."


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