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Análise

Visando reeleição, governo Dilma deve apostar em agenda positiva

NATUZA NERY DE BRASÍLIA

Quando o relógio der a primeira gongada em 1° de janeiro de 2013, Dilma Rousseff estará mais próxima do fim de seu mandato que do início dele. Começará, portanto, a temporada do "delivery".

Além do desafio de segurar o crescimento dos próximos dois anos na unha, a presidente precisará montar uma narrativa convincente ao propósito de sua reeleição.

Nos bastidores, já se fala em uma agenda positiva para "entregar" realizações: o anúncio próximo para festejar a marca de 1 milhão de imóveis do Minha Casa, Minha Vida e ações para a população negra do Brasil Afirmativo, entre outros.

Há quem faça uma conta nada científica: Dilma transitará mais agora pelos salões oficiais do do Planalto, onde ocorrem solenidades para lançar ou comemorar programas. Lula batia ponto lá.

Mas há pressões inadiáveis e muito além da propaganda oficial: atrasos nas decisões sobre as concessões de infraestrutura, Petrobras perdendo capacidade de investir com o controle de preço da gasolina, política do etanol comprometida e o mundo lá fora não deixando o PIB aumentar muito de tamanho.

Entre todas as dificuldades, talvez a mais amarga seja esta: já não há espaço fiscal para ampliar investimentos e bombar programas de transferências de renda, selos do lulismo.

Hoje, a política fiscal do governo se concentra em fechar o superavit primário do mês seguinte, jamais o do longo prazo. Em diversas áreas, o pneu do carro é recauchutado com o veículo em pleno movimento.

Empresários reclamam que foi assim nas concessões de aeroportos e rodovias e que tem sido assim com portos.

Na área de energia, em que a redução da tarifa no ano que vem é central à agenda positiva de Dilma, o governo está deixando para 2013, a poucas semanas de caducar, a votação da medida provisória que permite uma conta de luz menor em fevereiro.

Nem a gestão, marca que fez dupla com a pauta "faxina" durante 2011, binômio que marcou a popularidade presidencial do primeiro ano, continua recebendo os cumprimentos do passado.

Há duas semanas, partiu da própria presidente uma convocação que surpreendeu sua equipe: o primeiro time foi chamado a pensar o Brasil de 2015, 2020 e 2025.

Enquanto a chefe cobrava o futuro, interlocutores insistiam em dar diagnósticos. Poucos pareceram entender o recado subliminar do encontro: o governo precisava, com urgência, se planejar.

Apesar do pessimismo que ronda gabinetes, cronômetros e até mesmo adversários, Dilma tem ao seu lado um indicador crucial para garantir competitividade política nos próximos dois anos: índices baixos de desemprego que tendem a mexer muito pouco, até em caso de um possível crescimento medíocre.


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