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Setores ficam até 5% menos produtivos com formação fraca

Segmentos como comércio, indústria de transformação e construção perderam eficiência entre 1996 e 2009

Estudos mostram expansão lenta da produtividade da economia brasileira como um todo

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

Setores importantes da economia brasileira, como indústria de transformação, comércio e construção civil, eram menos eficientes em 2009 do que em meados da década passada.

A produtividade é a medida da eficiência de uma economia. Em segmentos industriais, mensura a velocidade com que os trabalhadores e as máquinas transformam insumos em bens de maior valor agregado. A rapidez no atendimento ao cliente em uma loja ou agência bancária também é uma indicação de produtividade.

Estudos publicados nos últimos meses mostram que em alguns setores a riqueza produzida por cada trabalhador empregado era menor em anos recentes do que na segunda metade dos anos 90.

Cálculos do economista Naercio Menezes Filho, do Insper, indicam que na indústria de transformação a produtividade por trabalhador caiu 5,2% de 1996 a 2009.

No comércio e na construção civil, as quedas foram de, respectivamente, 1,4% e 3,9%. As contas fazem parte de um estudo que Menezes Filho publicará em breve.

Outros segmentos foram na contramão dessa tendência e tiveram aumento -em alguns casos, um boom- de produtividade. Isso ocorreu com a indústria extrativa mineral e os setores agropecuário, financeiro e imobiliário.

Dois estudos recentes-do economista Cláudio Frischtak, sócio da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, e dos economistas Antônio Marcos Ambrozio e Filipe Lage de Sousa, do BNDES- apontam tendências parecidas, apesar de diferenças nos números.

A combinação entre expansão da produtividade em alguns setores e queda em outros resultou em crescimento pequeno do indicador para a economia como um todo, desempenho aquém do esperado para um país em desenvolvimento, segundo analistas.

Números apresentados no estudo de Frischtak indicam que a produtividade do trabalho de forma geral cresceu 1,02% no Brasil entre 1996 e 2011, ante expansão de 8,35% na China, 4,95% na Índia, 3,34% na Coreia do Sul e 2,14% na Malásia.

EDUCAÇÃO RUIM

Os setores onde a produtividade ficou estagnada ou caiu tiveram aumento de produção ao longo da última década, mas a quantidade de trabalhadores empregados cresceu no mesmo ritmo ou em velocidade ainda maior.

O baixo nível educacional de parte dos trabalhadores que entraram no mercado nos últimos anos ajuda a explicar esse resultado. Trabalhadores pouco qualificados produzem menos em um determinado período que empregados mais bem preparados.

Segundo o economista Fernando Veloso, da FGV, os avanços educacionais alcançados no Brasil estiveram mais relacionados a um maior acesso ao ensino do que a uma melhoria na qualidade do mesmo.

"Isso ajuda a explicar a evolução baixa da produtividade do trabalho", diz.

Segundo Frischtak, outros fatores que explicam a lenta expansão da produtividade da economia brasileira são os gargalos de infraestrutura e a elevada burocracia: "Isso freia os ganhos de eficiência das empresas".


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