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Passageiro 'perde' 5,3 mi de bilhetes em 2011

Cálculo considera as milhas aéreas não resgatadas em cartões de crédito

Falta de interesse em conferir os extratos mensais de pontuação está entre os motivos, afirmam especialistas

MARIANA BARBOSA DE SÃO PAULO

Os brasileiros deixaram de resgatar o equivalente a 5,3 milhões de passagens aéreas em 2011 em milhas acumuladas nos programas de fidelidade dos cartões de crédito.

A conta, feita a partir de dados do Banco Central sobre o mercado de cartões de crédito, considera uma média de 20 mil pontos por passagem.

A quantidade de pontos necessários para emitir um bilhete varia conforme a rota, o tipo de tarifa e a época.

Na baixa temporada, comprando com antecedência, é possível voar de São Paulo a Buenos Aires (ida e volta), por exemplo, por 20 mil milhas na Gol ou 15 mil pontos na TAM. Essas quantias, no entanto, podem mais que dobrar dependendo da demanda pelo voo.

"Todo mundo tem um programa de milhagem, mas pouca gente sabe quantas milhas tem e menos ainda sabe quando elas vão expirar", diz Samy Dana, professor da faculdade de economia da FGV (Fundação Getulio Vargas).

"O estoque de milhas que expiram faz parte desse modelo de negócios. Se todo mundo resgatasse tudo, não compensaria para os bancos e as empresas", acrescenta.

As anuidades dos cartões com programas de recompensa renderam R$ 4,9 bilhões aos bancos no ano passado, enquanto o custo com a aquisição de passagens e outros produtos foi de R$ 1,2 bilhão.

Dana alerta para o fato de que, se o motivo para adquirir o cartão for obter "passagens grátis", é preciso ficar atento ao valor da anuidade.

VALORES

Cartões que permitem acumular pontos para a troca por passagem aérea geralmente cobram anuidades altas, que variam de R$ 90 a R$ 400. Quanto maior a anuidade, maior o benefício e a velocidade no acúmulo de pontos.

Nos cartões mais básicos, é preciso gastar pelo menos R$ 2.000 por mês durante dez meses para conseguir 10 mil milhas. "A não ser que você gaste muito no cartão, no máximo você consegue um trecho doméstico que vai custar só um pouco mais que a anuidade. É uma falsa impressão de benefício," diz Dana.

Para Boanerges Ramos Freire, consultor em varejo financeiro, mesmo se o preço equivalente de uma passagem comprada com milhas cobrir apenas o custo da anuidade, já é vantajoso. "O cartão traz outros benefícios, como a possibilidade de pagar em 30 dias, seguros e assistências em viagens."

Segundo Freire, três razões explicam a alta taxa de pontos não resgatados: falta de interesse em conferir os extratos mensalmente; não ter pontos suficientes para converter em passagem no momento de planejar uma viagem; falta de informação sobre os programas, que, na maioria das vezes, permitem converter pontos em produtos e serviços de valor baixo.

"Na medida em que as pessoas passarem a se informar e perceberem que podem usar pontos até para comprar entrada de cinema, a tendência é de redução do volume de milhas não resgatadas."


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