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Regime automotivo faz o Brasil alcançar Coreia em produção

Mudança de regras deve colocar país como o sexto maior produtor de veículos do mundo até 2017, dizem consultorias

Distância entre as posições de venda e produção foi citada por autoridades no anúncio da nova política setorial

GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO

Quarto maior mercado global de veículos e com potencial para se tornar o terceiro nos próximos anos, o Brasil busca alcançar posição semelhante em produção no setor.

Na lista global dos produtores de veículos, o país ocupa o sétimo lugar, atrás de Coreia, Índia e Alemanha, além de EUA, China e Japão, que lideram também em vendas.

A distância entre as duas colocações foi repetida à exaustão por autoridades e representantes das montadoras na divulgação da nova política industrial do setor, em outubro, como forma de justificar a rigidez das medidas.

A política vigorará até 2017 e tem como principal exigência o uso de conteúdo nacional para alívio tributário.

"Temos que diminuir essa diferença", disse o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, no anúncio.

Não será uma batalha fácil, segundo projeções de duas consultorias do setor.

A despeito de um avanço esperado de até 40% para 2017, o Brasil deve alcançar apenas a Coreia, único dos grandes produtores com projeção praticamente estável.

A IHS Automotive aponta uma produção de 4,45 milhões de unidades no Brasil em 2017, ante os 3,38 milhões estimados para o fim de 2012.

O número é similar ao projetado para Coreia (4,44 milhões), mas ainda abaixo de Alemanha (6 milhões) e Índia (6,5 milhões), os dois mais próximos do Brasil.

A Roland Berger traça dois cenários. No otimista, a produção de veículos leves chegaria a 5,2 milhões. No conservador, a 4 milhões.

Para o sócio da consultoria, Stephan Keese, o mais provável é um número no meio dos dois -cerca de 4,6 milhões-, ante os 4,7 milhões estimados pela consultoria para a Coreia no mesmo ano.

Para consultores, a trava para um avanço maior é o baixo nível de exportações.

"Em produção, o Brasil é mais ou menos uma ilha. Muito focado pela demanda nacional e pouco pela exportação", afirma Keese.

Segundo ele, o país poderia triplicar as vendas ao exterior caso conseguisse diminuir custos básicos de produção, logístico e tributário.

"Eu não vejo nada no novo regime que ajude as empresas a reduzir custos. É uma pena porque o Brasil tem competência para se tornar rápido um grande produtor global de carros populares."

Pouco mais de 10% da produção é hoje destinada hoje às exportações, que caíram quase pela metade desde o pico registrado em 2005, com perdas de mercado como Alemanha, África do Sul e Venezuela.

"Já fomos um grande exportador. Ao final do programa, o Brasil vai estar apto a competir novamente com os grandes mercados", disse Cledorvino Beilini, presidente da Anfavea (associação das montadoras) na divulgação do novo regime.


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