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Banco muda foco com volta de decasségui

Com queda de remessa de emigrantes do Japão e de outros países, instituições fecham agências e miram empresas

Envio de dinheiro de brasileiros do exterior atinge o valor mais baixo em dez anos, segundo Banco Central

SHEILA D’AMORIM FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA

Com a volta de boa parte dos brasileiros que foram tentar a vida no exterior, as remessas de dinheiro de pessoas físicas para o país despencaram e alguns bancos que impulsionaram seu processo de internacionalização na esteira desses migrantes estão revendo suas estratégias.

Em setembro, essas remessas mensais atingiram o valor mais baixo dos últimos dez anos, segundo o Banco Central: US$ 140 milhões. O auge foi em 2008, quando o volume médio foi de US$ 240 milhões por mês.

A queda no fluxo de recursos enviado por brasileiros vem sendo acompanhada de um reposicionamento da presença brasileira lá fora com a concentração de um número menor de bancos e menos agências e escritórios.

Em 2003, 32 bancos que operavam no Brasil tinham agências ou escritórios no exterior, num total de 106. Em setembro deste ano, são 28 instituições com 76 unidades.

Boa parte das operações desses bancos é feita prioritariamente com empresas brasileiras que atuam no exterior ou negociam com companhias estrangeiras.

O foco no atendimento às pessoas físicas está relacionado ao tamanho da comunidade de brasileiros em alguns países. Os EUA têm a maior delas e, segundo o Itamaraty, é um dos países que registram maior queda do número de brasileiros desde a crise financeira de 2008.

No entanto, o caso mais emblemático é o Japão. O grande fluxo de decasséguis para o país abriu caminho para a entrada no varejo dos grandes bancos brasileiros, como Banco do Brasil e Itaú.

A comunidade de brasileiros descendentes de japoneses, que chegou a 330 mil pessoas antes da crise de 2008, caiu para 200 mil atualmente e, como consequência, o total de agências e escritórios de bancos brasileiros naquele país asiático recuou quase pela metade.

Em 2003, o Japão abrigava 15 agências ou escritórios de bancos brasileiros. Neste ano, são apenas 9.

Com 120 mil contas-correntes naquele país, o vice-presidente da área Internacional do BB, Paulo Caffarelli, diz que "ainda faz sentido manter o negócio no Japão", mas admite que, para isso, o banco passou a focar também na área corporativa.

"Estamos intensificando os negócios com empresas, buscando as brasileiras que estão lá e também as japonesas com interesse no Brasil." Um dos públicos-alvo são companhias japonesas que importam produtos ou serviços nacionais.

ADAPTAÇÃO

Além disso, o BB voltou a captar naquele mercado, lançando títulos, o que não ocorria havia 15 anos. Para ele, "o fluxo de remessas tende a mudar e é preciso se adaptar".

Outro banco que opera na região é o Itaú, que não quis se manifestar. O Bradesco informou que sua atuação no exterior está focada no financiamento ao comércio e a empresas, e não ao varejo.


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