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Retomada fraca da economia pode levar governo a renovar estímulos

Temor é que recuperação lenta não garanta crescimento acima de 4% no final da gestão Dilma

Entre as medidas que podem ser adotadas está a prorrogação de programa do BNDES com juros negativos

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

A demora na retomada dos investimentos causa "inquietação" no governo e gera o risco de a recuperação da economia, já em andamento, não garantir um crescimento acima de 4% nos dois últimos anos do mandato da presidente Dilma Rousseff.

O cenário, considerado "preocupante, mas ainda não alarmante" por assessores, pode levar o governo a adotar ainda neste final de ano medidas para acelerar os investimentos produtivos.

Entre elas está a prorrogação de dois programas que vencem no final de 2012: o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) do BNDES, que tem inclusive juros negativos no financiamento de compras de bens de capital, e o Reintegra, que ressarce o exportador pelo pagamento de impostos equivalentes a 3% de suas receitas com vendas externas de manufaturados.

A medida, defendida por setores do governo, é reivindicada por empresários sob o argumento de que só agora, com a volta do crescimento da economia, eles começaram a planejar expansões.

Ou seja, esses programas podem deixar de existir exatamente no momento em que as empresas vão começar a precisar mais deles.

Segundo um assessor presidencial, a avaliação é que o governo conseguiu fazer a economia voltar a acelerar, mas ainda há risco de isso não ser sustentável. Pelos cálculos da equipe econômica, o país já cresce num ritmo acima de 4% nos últimos meses e manterá essa velocidade no primeiro trimestre de 2013.

A dúvida, diz ele, é se esse ritmo será mantido a partir do segundo trimestre de 2013. Para isso, será essencial uma retomada dos investimentos produtivos no país, que registram queda desde o terceiro trimestre do ano passado.

A avaliação do governo é que o investimento voltou a cair no terceiro trimestre deste ano, dado que será divulgado na próxima semana. As previsões apontam que, no acumulado do ano, a taxa pode cair até 3% em 2012.

A equipe econômica argumenta que o investimento sempre é o último a se recuperar, mas admite que, desta vez, "a volta está mais lenta do que o previsto". O ritmo é atribuído principalmente à incerteza na conjuntura internacional e à demora para o Brasil acelerar.

Há também quem aponte como causa as últimas medidas do governo Dilma, mais intervencionistas, como a renovação das concessões do setor elétrico para reduzir as tarifas de energia.

Nesse caso, porém, a avaliação interna é que pode ser o preço a ser pago até que os investidores entendam que acabou a era do "almoço grátis", quando investir no Brasil gerava retornos acima dos padrões internacionais.

A equipe econômica diz que o desafio, no primeiro semestre de 2013, será tocar o pacote de concessões nos setores de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, o que garantiria a recuperação da taxa de investimento.

Ela precisa subir entre 8% e 10% no próximo ano para que o ritmo de crescimento, obtido principalmente por medidas voltadas ao crédito, seja sustentável e garanta expansão na casa de 4% do PIB sem pressões inflacionárias.


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