Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Advogados sugerem banco de horas para domésticas

Para eles, recurso pode ser opção a horas extras, previstas em nova legislação

Acordo precisará ser feito entre sindicatos; emenda ainda precisa ser votada no Congresso e sancionada por Dilma

CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

A criação de um banco de horas por meio de um acordo coletivo feito entre patrões e empregadas pode ser uma alternativa para evitar o aumento de custo com horas extras de domésticas, caso a proposta que amplia os direitos da categoria vire lei.

A avaliação é de advogados trabalhistas consultados pela Folha, que preveem uma "revolução" no mercado de trabalho com a nova regra.

A proposta, que prevê jornada de trabalho de 44 horas semanais, pagamento de horas extras e FGTS para as domésticas, foi aprovada anteontem pela Câmara e precisa ser votada no Senado e sancionada pela presidente Dilma para entrar em vigor.

O pagamento de horas extras é um dos principais impactos e deve pesar no bolso dos que contratam, segundo representantes dos empregadores e agências do ramo.

"Se o sindicato das domésticas for reconhecido [pelo Ministério Trabalho], poderá haver negociação entre patrões e empregados para criar um banco de horas. Mas desde que sejam respeitados os direitos da categoria", diz Ricardo Pereira de Freitas Guimarães, professor de direito do trabalho de Pós-Graduação da PUC-SP.

Exemplo: se uma empregada trabalha oito horas por dia de segunda a sexta-feira, terá jornada de 40 horas semanais. Se aprovada a lei, deverá cumprir 44 horas.

Caso o empregador não queira compensar essas quatro horas a mais durante a semana ou aos sábados, poderia criar um banco de horas para que sejam usadas quando for conveniente para o patrão ou para o empregado.

No Estado de São Paulo, existem oito sindicatos reconhecidos pelo Ministério do Trabalho que representam as empregadas domésticas.

SEM CONTROLE

Margareth Carbinato, presidente do sindicato das patroas, acredita que a maior dificuldade seria a forma de controlar as horas que poderiam ser "guardadas" para ser usadas posteriormente.

Uma das sugestões, segundo os advogados consultados, é fazer o controle com um livro de ponto -em que patrões e empregados possam registrar a jornada.

Para Marcia Assis Del Giudice, do Moureau e Balera Advogados, a regulação do banco de horas vale desde que não haja uma convenção coletiva -entre sindicatos patronais e de empregado- que impeça a livre negociação.

Para o advogado Luiz Fernando Alouche, as novas regras devem criar um período de "ajuste" no mercado de trabalho. "Há uma tendência de as ações trabalhistas aumentarem. E pode haver aumento do desemprego, porque muitos não têm condições de arcar com os custos."

A reportagem não localizou representantes das domésticas para comentar a criação do banco de horas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página