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Ambev disputa com a Petrobras topo da Bolsa

Na quarta, valor de mercado da fabricante de bebidas superou o da petroleira

Para analistas, intervenção do governo nos preços de combustíveis e na gestão prejudicam estatal

MARIANA BARBOSA DE SÃO PAULO

A Ambev ultrapassou a Petrobras em valor de mercado anteontem. Com uma receita de R$ 27 bilhões no ano passado (menos de 12% da receita da petroleira, de R$ 244 bilhões), a empresa alcançou valorização de R$ 248,7 bilhões, medida que considera o preço das ações na BM&FBovespa.

Já a Petrobras foi avaliada em R$ 247,2 bilhões, segundo cálculos da Economática.

Ontem, contudo, a Petrobras recuperou o posto de maior empresa em valor de mercado, mas por uma diferença de apenas R$ 28 milhões, segundo a Bloomberg.

No ano, a Petrobras perdeu cerca de R$ 45 bilhões de valor, enquanto a Ambev, que era a terceira maior em valor de mercado no ano passado, ganhou aproximadamente R$ 60 bilhões.

Para Ricardo Corrêa, analista chefe da Ativa Corretora, o fato de uma empresa de cerveja valer mais ou quase o mesmo que uma estatal gigante como a Petrobras diz muito sobre o estado do capitalismo brasileiro:

"A Ambev é o oposto da Petrobras", diz. "A empresa está em um mercado de margens apertadas, de grande competição, mas é orientada para o resultado. É transparente e tem uma gestão meritocrática que é reconhecida internacionalmente."

Na sua avaliação, as ações da Petrobras estão sofrendo por conta da ingerência do governo, que tem afastado os investidores estrangeiros.

"A Petrobras tem nas mãos um patrimônio que não tem preço. Descobriu petróleo em um momento em que isso é raro no mundo. Mas, mesmo assim, por excesso de Estado, não para de perder valor."

Corrêa diz que, quando Graça Foster assumiu o comando da Petrobras, o mercado acionário a recebeu "com pompa e circunstância", na expectativa de reversão do processo de "loteamento político". "Infelizmente Foster não conseguiu reverter esse processo e o que estamos assistindo é um retrocesso não só no setor de petróleo, como também no elétrico, nos bancos."

O caso da Eletrobras, que perdeu 71% de valor de mercado desde o início do ano, é exemplo disso, diz Corrêa.

Erick Scott, analista da SLW, concorda que a interferência do governo "afastou os investidores estrangeiros". "O mercado esperava reajuste para este ano, mas agora o governo jogou para 2013."


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