Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Desoneração dos smartphones pode sair só após o Natal

Medida deve reduzir preço dos aparelhos em 25%, mas renúncia fiscal de R$ 500 milhões não foi equacionada

Regulação de benefício estava prevista para outubro, mas impasse no governo alongou debate

HELTON SIMÕES GOMES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Alardeada pelo ministro Paulo Bernardo (Comunicações) como um benefício para esquentar as vendas do varejo no Natal, a desoneração dos smartphones, que reduzirá os preços em até 25%, pode não sair a tempo.

O decreto que regulamenta os benefícios deveria ter sido publicado em outubro, segundo promessa do ministro.

O impasse ocorre porque a inclusão dos aparelhos na Lei do Bem, que concedeu o desconto fiscal, foi feita antes de a Fazenda encontrar um jeito de tapar o rombo na arrecadação -serão R$ 500 milhões por ano.

"Tem que ser feito um trabalho de convencimento [com a Fazenda] na questão fiscal do smartphone", afirmou o ministro Paulo Bernardo anteontem durante evento em São Paulo.

A Folha apurou que, além das questões fiscais, técnicos discutem qual faixa de preço de aparelho será beneficiada pela desoneração. Antes, era consenso de que entrariam smartphones até R$ 999.

Em reunião na terça-feira, o ministro pediu à presidente Dilma para acelerar o processo. Ele tomou a frente das tratativas e negocia diretamente com a Fazenda.

"Se for conversar com a Receita, é mais difícil ainda", afirmou. Procurada, a Fazenda não comentou. Paulo Bernardo reiterou que a regulação sai a tempo do Natal.

Porém, técnicos do governo consideram que, da forma em que o processo está sendo conduzido, o decreto só surtirá efeito no início de 2013.

O ministro diz que com o benefício aparelhos com tela sensível ao toque e sistema Android, do Google, seriam vendidos por R$ 400.

Segundo técnicos do governo, o movimento pró desoneração argumenta que a renúncia fiscal será amenizada com recursos de impostos oriundos da importação e com a arrecadação vinda do aumento das vendas.

Para Bruno Freitas, da consultoria de tecnologia IDC, a falta do benefício não deve retrair as vendas, "mas não vai ocorrer a popularização que o governo previu".

Além dos smartphones, preocupa também os preços dos tablets. No fim de outubro, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu os incentivos fiscais dados pelo governo de São Paulo à produção de equipamentos de tecnologia e de comunicação (tablets, computadores pessoas, notebooks).

Segundo a Abinee (associação das empresas de eletroeletrônicas), 50% desses aparelhos são fabricados em São Paulo. Isso pode aumentar o preço em até 10%.

A decisão do STF encampou uma Adin (Ação de Direta de Inconstitucionalidade), movida do governo do Amazonas. O argumento é que os incentivos prejudicam a Zona Franca de Manaus.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página