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Em 13 dias, 'projeto Samba' virou maior negócio do setor de saúde

Compra da Amil pelo grupo UnitedHealth recebeu a aprovação mais rápida do ano pela ANS

Operação da ordem de R$ 10 bi é a maior já analisada pela agência; negociação usou apelidos para manter sigilo

RENATA AGOSTINI ANDREZA MATAIS DE BRASÍLIA

Durante dois meses, mais de 120 integrantes dos grupos sob codinome Utah e Atlanta, nos EUA e no Brasil, negociaram sob sigilo absoluto para evitar que algum rival percebesse do que se tratava o plano em gestação.

O silêncio chegou ao fim no dia 8 de outubro, quando foi deflagrado o "projeto Samba", nome dado ao maior negócio na área de saúde privada da história do Brasil.

Naquela manhã, a americana UnitedHealth Group, ou Utah na terminologia secreta utilizada, anunciou a compra da Amil, apelidada de Atlanta, a maior operadora de planos de saúde do Brasil.

A operação, apesar de complexa, teve aval da burocracia oficial brasileira em tempo recorde para os padrões do negócio.

Os meses de intensas negociações destoam dos 13 dias em que o processo foi analisado e aprovado na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), responsável por autorizar operações desse tipo no Brasil.

Levantamento realizado pela Folha indica que foi o processo aprovado com a tramitação mais célere neste ano. Há negócios que estão sob análise há meses.

A venda da Amil, que deve chegar a R$ 10 bilhões, é a maior operação já analisada pela agência.

"Eu me dou bem com todos na ANS. Achei até que demorou muito para aprovar. Falei isso pro Maurício [Ceschin, diretor-presidente da agência até 19 de novembro]", afirma Edson Bueno, fundador da Amil.

"Uma empresa desse tamanho, com caixa, reputação, fazendo um investimento desse porte no Brasil, tem que ser recebida com um tapete vermelho. Não tem nem o que analisar", completa.

Bueno e Ceschin se conhecem há anos. O então diretor-presidente da agência já frequentou a casa do empresário em Búzios, famosa por ser ponto de encontro de executivos do setor.

Também participou de encontros no balneário o então diretor de Normas e Habilitações da ANS, Leandro Reis Tavares, cujo mandato se encerrou no último dia 19.

Ambos integravam o colegiado da agência, composto por cinco diretores, instância que aprovou o negócio.

Os dois também tiveram, no passado, ligações com a Amil. Ceschin foi diretor da Medial, comprada pela empresa em 2009. Tavares foi chefe-médico da Amil.

Bueno e o presidente da ANS não veem nenhum conflito de interesse. A ANS atribui a rapidez na análise da venda à agilidade da Amil em entregar os documentos. Tavares não foi localizado.


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