Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Taxa de retorno é baixa, dizem especialistas

Previsão é de 5,5%, ante até 22% nas primeiras concessões de estradas feitas no país

DE BRASÍLIA

Se a autorização do TCU ao edital de concessões de rodovias é uma notícia positiva para o andamento da licitação, a competição nas disputas pode sofrer um revés.

A taxa prevista de retorno do investimento, de 5,5%, é avaliada como baixa por possíveis investidores e grandes participantes do mercado já informaram a parceiros que não vão entrar na disputa, segundo a Folha apurou.

Nas primeiras concessões de estradas feitas no país, na década de 1990, a taxa de remuneração ficou entre 15% e 22%, com garantia em contrato. Na segunda rodada, no meio da década passada, ela foi reduzida para cerca de 8%, sem garantia.

Em recente estudo, Antonio Sanvicente, professor do Instituto Insper, apontou que os cálculos das agências reguladoras para chegar à taxa de retorno estão defasados.

Isso ocorre porque as estimativas são calculadas com base em médias de taxas passadas, desconsiderando os valores do momento da concessão e expectativas futuras.

A maior dificuldade apontada por especialistas para que essas taxas sejam asseguradas está na duplicação de longos trechos em cinco anos, período considerado curto. As concessões são entregues sem licenças e com projetos elementares. O risco fica com o concessionário.

As empresas alegam que o governo demora em média oito meses para emitir os decretos de desapropriação -o que, na prática, reduz o prazo para duplicação para quatro anos e quatro meses.

"Os investimentos são pesados e o retorno não é alto", afirmou Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral.

"Acho que o BNDES será um colchão de amortecimento para essa taxa de retorno mais baixa. Ele vai financiar a juros facilitados, bastante cômodos, para que a atratividade seja garantida. O BNDES vai ser um sócio informal", afirmou.

O especialista destaca, por outro lado, uma evolução do preço do pedágio na comparação com 2007. A Fernão Dias tem pedágio de R$ 1,40 por 100 km, ante os valores máximos de R$ 4,95 e R$ 6,27 por 100 km propostos nos projetos atuais. Para Resende, isso ajudará a garantir que os investimentos fiquem prontos no prazo.

A diretora da ANTT Natália Marcassa de Souza disse que os parâmetros para o cálculo das taxas de retorno são os mesmos desde 2007 e que empresas têm manifestado interesse em participar.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página