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Vaivém das Commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Rússia suspende embargo de carnes, mas exportação ainda demora

A Rússia suspendeu o embargo às exportações brasileiras de carnes dos Estados do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Mato Grosso. A decisão foi tomada após reunião de representantes dos governos brasileiro e russo na semana passada, em Moscou.

A retomada das exportações, no entanto, pode demorar. A liberação vai depender da emissão de um comunicado oficial da Rússia e da habilitação individual de cada estabelecimento exportador.

As carnes enviadas à Rússia devem estar isentas, ainda, de motivadores de crescimento, como o ractopamina.

Esta última exigência deixa as vendas de carnes suínas distantes do mercado russo, uma vez que em boa parte da produção é usado esse motivador de crescimento.

Representantes dos dois países se reúnem em janeiro para debater sobre a equivalência de sistemas veterinários e fitossanitários. Muitas vezes a legislação brasileira contempla as exigências russas, mas de forma diferente.

Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do ministério, admite que a retomada das exportações nos mesmos patamares registrados antes do embargo de junho de 2011 não é imediata.

"O primeiro passo concreto está sendo dado. O serviço russo vai voltar a analisar os relatórios de frigoríficos desses Estados." Antes, os russos se recusavam a fazer essa avaliação, alegando problemas sistêmicos, decorrentes de todos os Estados.

Para Porto, enquanto esses detalhes não forem acertados, o Brasil deverá seguir as exigências do cliente. Ele destaca a importância que o mercado russo tem para as exportações brasileiras de carnes. A entrada da Rússia na OMC (Organização Mundial do Comércio) pode facilitar as negociações. Dentro da OMC não se pode exigir condicionamentos que não tenham fundamentação científica.

O setor de carnes recebeu bem o anúncio da liberação dos três Estados, mas ainda está apreensivo sobre quando e como será a retomada.

Na avaliação do setor, mesmo com a ida da presidente Dilma Rousseff à Rússia, as bases para a negociação já foram dadas.

Pedro Camargo Neto, presidente da Abipecs (setor produtor e exportador de carne suína), diz que o acordo, embora positivo, é inócuo de imediato. Na avaliação dele, "o setor necessita de novas unidades habilitadas, o que parece que não irá ocorrer, pelo menos agora".

Atualmente são quatro frigoríficos liberados para exportações para a Rússia. Dois estão localizados em Santa Catarina, um em Goiás e outro em Minas Gerais.

Francisco Turra, presidente da Ubabef (setor de avicultura), diz que a notícia é alvissareira, mas o processo deve ser lento. Ele acredita, no entanto, no aumento das exportações, uma vez que o setor produtivo da Rússia está com elevados custos e consequentes repasses de preços para os consumidores.

O setor de carne bovina também vê como positiva essa suspensão, mas considera que esse avanço não vai devolver rapidamente, como se imaginava, o poder de venda para a Rússia.

A avaliação é de Luciano Vacari, superintendente da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso).


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