Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Juro baixo retrai bancos, que seguram PIB

Contração do sistema financeiro no trimestre, agravada por inadimplência, levou a crescimento abaixo do esperado

Resultados indicam uma expansão em torno de 1% do PIB neste ano, o que deixará inalterada renda per capita do país

Leo Martins/Frame
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista em SP
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista em SP
GUSTAVO PATU ENVIADO ESPECIAL AO RIO PEDRO SOARES DO RIO

A queda dos juros para os menores patamares em tempos de inflação civilizada não foi capaz, até agora, de elevar os investimentos, mas contribuiu para uma inusitada retração do setor financeiro.

Menos impostos sobre os automóveis e outros produtos deram algum alento à indústria, mas o impacto dos incentivos tributários oficiais já é decrescente.

Em consequência, os resultados da economia no terceiro trimestre, divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), ficaram abaixo não apenas das previsões do governo, mas também das mais pessimistas feitas por analistas do mercado.

De julho a setembro, a produção e a renda do país cresceram 0,6% na comparação com os três meses anteriores.

A expectativa geral era uma taxa igual ou pouco acima de 1%, compatível com o crescimento econômico anual de pelo menos 4% almejado pela política econômica.

"Fico satisfeito com qualquer número de 1% a 1,3%", havia dito à Folha o ministro Guido Mantega (Fazenda), nesta semana.

Mesmo os mais otimistas, como Mantega, já sabiam que os investimentos -as obras de infraestrutura e as compras de máquinas destinadas a ampliar a capacidade produtiva- teriam a quinta queda trimestral consecutiva.

Prejudicados pelas incertezas do cenário internacional e pela estagnação dos projetos a cargo do governo federal, os investimentos representaram no terceiro trimestre apenas 18,7% do Produto Interno Bruto, a menor proporção em cinco anos.

A meta oficial é uma taxa de exatos 22,4% até o final do mandato da presidente Dilma Rousseff -avalia-se que 25% seriam o ideal para garantir a expansão duradoura da renda nacional.

BANCOS ENCOLHEM

Mais surpreendente foi o encolhimento do setor que compreende bancos e seguradoras, um dos motores da economia nos anos de multiplicação do crédito.

Com operações comprometidas pelos níveis recordes de inadimplência e lucros abalados pela queda dos juros, as instituições financeiras, que respondem por 7% do PIB, contabilizaram uma queda de 1,3%.

Foi o trimestre com maior decréscimo desse segmento desde o agravamento da crise externa no final de 2008.

O desempenho interrompeu uma trajetória de três anos e meio de crescimento do setor de serviços, do qual os bancos fazem parte, e que abriga mais de dois terços dos empregos e da produção do país -e ficou exatamente do mesmo tamanho medido no segundo trimestre.

A indústria recebeu o impulso da desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e cresceu 1,1% no trimestre, o melhor resultado no governo da presidente Dilma Rousseff.

Outros dados mostram, no entanto, que a produção caiu em setembro.

RENDA PER CAPITA

Os resultados praticamente definem uma expansão em torno de 1% do PIB neste ano: no período de quatro trimestres encerrado em setembro, a taxa foi de 0,9%.

Com isso a renda per capita -o produto dividido pela população- ficará praticamente estagnada, se considerada a inflação.

No ano passado, a renda per capita brasileira ficou em R$ 21,3 mil.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página