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Escassez de gás hélio esvazia venda de balões da Disney

Problema na produção nos EUA e na Argélia reduz oferta global e afeta de negócios a pesquisa universitária

DO “FINANCIAL TIMES”

Uma escassez mundial de hélio, um gás mais leve que o ar, pôs fim à venda de balões em forma de cabeça de Mickey na Disneylândia de Tóquio, ameaçou a realização de desfiles no feriado norte-americano do Dia de Ação de Graças e prejudicou pesquisas em universidades.

A produção mundial do hélio -utilizado para fins industriais e médicos, bem como para inflar balões- caiu acentuadamente neste ano nos EUA e na Argélia, os dois principais exportadores.

Empresas do Japão, maior importador mundial de hélio, dizem que estão em busca de fontes de suprimento alternativas, e mais caras, no Catar, na Rússia e na Polônia.

Mas porque esse período de aperto na oferta surge em um momento de alta da demanda na China e na Índia, o mercado mundial continua "apertado", diz Shi Quan, operador de comércio internacional em Xangai.

A compressão na oferta representa a segunda grande escassez em cinco anos no mercado mundial de hélio, que movimenta US$ 500 milhões anuais. A anterior, em 2007, ocorreu por defeitos em uma fábrica controlada pela ExxonMobil.

NOVA ESCASSEZ

Agora, o foco está de novo nos EUA, que responderam por quase 80% do hélio consumido em todo o mundo no ano passado. A escassez foi deflagrada por trabalhos de manutenção em instalações norte-americanas obsoletas.

Na Argélia a oferta de hélio também caiu em companhia dos embarques de gás natural destinados à Europa.

O hélio produzido na Argélia é extraído durante a liquefação de gás natural. Quando cai a demanda por gás natural liquefeito, como ocorre agora por causa da crise na Europa, a produção de hélio também despenca.

Os preços do hélio vem subindo constantemente nos dez últimos anos. Nos EUA, os preços de referência desse gás subiram neste ano a US$ 84 por milhão de pés cúbicos (o equivalente a 23,8 mil metros cúbicos). O valor é quase 70% maior que em 2000.

Executivos do setor acreditam que os preços teriam de ter uma alta muito mais significativa para encorajar o desenvolvimento de novas fontes de oferta, provavelmente por meio de tecnologias dispendiosas de extração do gás.

EFEITOS NO JAPÃO

Os importadores japoneses estão enfrentando dificuldades para se adaptar.

No mês passado, a Daito Gas anunciou que não aceitaria mais pedidos de hélio por falta de suprimentos.

Segundo a Taiyo Nippon Sanso, maior importadora japonesa de hélio, os volumes que negocia caíram 30% desde junho e as perspectivas podem não melhorar até o terceiro trimestre de 2013, quando uma joint venture com uma empresa dos EUA deve entrar em operação.

Até que isso aconteça, a empresa priorizará as entregas para as clínicas de ressonância magnética, que usam hélio líquido para refrigerar seus ímãs de supercomputadores, e para as fábricas que produzem supercondutores e cabos de fibra óptica.

Enquanto isso, as crianças do país terão de aceitar a escassez. Duas semanas atrás, a Oriental Land, operadora do parque de diversões Disney no país, suspendeu pela primeira vez a venda de balões inflados com hélio.

Kunio Komada, executivo de uma loja de balões de Tóquio, diz que seu estoque de hélio foi quase a zero, depois de grandes cortes nas entregas desde o segundo trimestre. "Se os suprimentos não voltarem logo, nosso negócio se tornará muito difícil."


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