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Análise

Desfazer-se de ativos é reflexo do desafio do setor siderúrgico

A recuperação do setor depende da retomada da economia dos EUA e da reinvenção do modelo de comércio chinês

PEDRO GALDI ESPECIAL PARA A FOLHA

Após um ciclo de forte crescimento na economia mundial, período extremamente favorável às siderúrgicas, de 2003 a junho de 2008, novos projetos de porte foram iniciados no setor, como a Companhia Siderúrgica do Atlântico no Brasil, pertencente à ThyssenKrupp e à Vale.

A crise econômica global, porém, contaminou a economia real a partir de 2008, com quebra de bancos, desaparecimento do crédito no mercado internacional, crescimento do desemprego em países ricos, postergação de investimentos e o início de fortes problemas para a indústria.

Com a redução do consumo, países ricos, para salvar seus mercados, auxiliaram instituições financeiras para que não quebrassem e ampliassem a crise, aumentando o endividamento delas.

De 2009 até 2012, o empobrecimento das famílias nos países ricos trouxe nova onda da crise, com a Europa entrando em forte retração.

Ironicamente, os governos salvaram os bancos, mas os bancos não têm como salvar os governos e isso gerou medidas na zona do euro para preservar a moeda única.

Nesse ambiente, as empresas que formam a cadeia do aço -mineradoras, siderúrgicas, metalúrgicas e montadoras de bens de consumo durável- passaram a conviver com queda de demanda e dos preços dos produtos.

Paralelamente, ocorreu recuperação nos preços dos insumos de produção do aço -como sucata, minério de ferro e carvão metalúrgico-, o que afetou ainda mais as margens das siderúrgicas.

Hoje ainda há excedente de capacidade de produção de aço plano no mundo, que supera a casa de 500 milhões de toneladas, fator que não vai desaparecer no curto prazo, já que a crise na Europa vai durar mais alguns anos.

O caminho é postergar projetos de implantação de novas capacidades, abafar fornos em usinas ineficientes e tentar se desfazer de ativos que deixaram de ser atrativos, como no caso da CSA pela ThyssenKrupp -isso não deve ocorrer no curto prazo e o preço de negociação deve ser muito abaixo do inicial.

A recuperação do setor siderúrgico depende muito da retomada da economia dos EUA e da reinvenção do modelo de comércio da China.

Os países emergentes tendem a ter um desempenho melhor que os países ricos. No Brasil, os sinais de melhora na conjuntura econômica são promissores para o setor, mas os desafios permanecem, já que a melhora de margens operacionais não ocorrerá no curto prazo.


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