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Análise Câmbio

Ações no câmbio cobrem os pés, mas descobrem cabeça

SAMY DANA GIOVANA CARVALHO ESPECIAL PARA A FOLHA

Nos últimos dias, o governo sinalizou ao mercado o desejo de limitar a desvalorização da taxa de câmbio nas proximidades de R$ 2,10.

Para conter a alta da moeda norte-americana, na última sexta-feira o Banco Central realizou duas operações que tiveram como efeito aumentar a oferta de dólares.

Com essas ações, chamadas leilões de swap cambial tradicional (que equivale a uma venda de dólar futuro) e leilão de venda conjugada (com compromisso de recompra futura), conseguiu conter a aceleração da moeda, que chegou a ser cotada no intradiário a R$ 2,14.

Na segunda-feira, dia 4, a diretoria colegiada do Banco Central reuniu-se, de maneira extraordinária, para decidir pelo alargamento dos prazos de antecipação para exportações, que, na prática, funcionam como um empréstimo que a empresa contrai no mercado internacional.

A medida aumentou o prazo de um para cinco anos, revertendo os efeitos da medida tomada em março deste ano. Com isso, o governo aumenta a liquidez (disponibilidade) de dólares no mercado e, com a maior oferta, consegue baixar o valor da moeda estrangeira.

Nas palavras do próprio presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, essa medida serve para suprir a maior procura por dólares do final do ano, quando as empresas passam a remeter, em maior volume, lucros e dividendos para o exterior.

Na terça-feira foi a vez de o Ministério da Fazenda anunciar a redução do prazo de incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos estrangeiros, de dois para um ano.

Em outras palavras, as empresas que tomam dinheiro no exterior para prazos maiores que um ano não terão que pagar os 6% de IOF. Antes, só não pagariam se o prazo fosse superior a dois anos. A medida também acelera a entrada de dólares no país.

O ministro aproveitou o ensejo para ressaltar que o cambio é flutuante no Brasil, embora admita realizar operações ocasionais para interferir em sua cotação.

Não se pode negar que as recentes medidas sugerem uma taxa de câmbio emparedada entre R$ 2 e R$ 2,10

Se por um lado um dólar abaixo de R$ 2 causa impactos negativos na indústria, deixando nossos produtos pouco competitivos e os exportadores furiosos, por outro uma taxa de câmbio maior que R$ 2,10 pode causar inflação.

Que, por sua vez, não anda em um patamar muito confortável.

Alguns economistas fazem uma analogia desse dilema com o do cobertor curto -para atingir um objetivo temos que abrir mão de outro.

O que o governo vem tentando fazer é cobrir a cabeça e os pés simultaneamente....


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