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Delta muda perfil e faz acordo com seus credores

Carteira da construtora, de R$ 1,4 bi, já tem 10% de obras no setor privado

Incluída em escândalo, empresa foi proibida de trabalhar para governos; proposta para pagar dívida foi aceita

DENISE LUNA DO RIO

Em recuperação judicial, a Delta Construções já começou a mudar de perfil, com 10% da sua carteira de obras de R$ 1,4 bilhão nas mãos da iniciativa privada, informaram ontem representantes da consultoria Alvarez & Marsal, na primeira assembleia de credores da empresa.

Até ser envolvida em suspeitas de fraude, a construtora tinha 100% do seu portfólio de encomendas com o setor público. Mas foi declarada inidônea, ou seja, não pode mais ser contratada por governos, no que é classificado como "bullying empresarial" pelo dono da empresa, Fernando Cavendish.

"A determinação da companhia é aumentar o percentual de contratos privados agressivamente", disse um dos representantes da consultoria aos credores.

A proposta de recuperação judicial da Delta foi aprovada ontem com 98% dos votos dos mais de cem credores presentes à assembleia, representando 94% do volume da dívida da companhia, estimada em R$ 100 milhões no plano de recuperação.

Os únicos votos contra foram do Banco do Brasil e do grupo Greca (asfaltos).

Alvo de investigação da CPI do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a Delta entrou com o pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio em junho.

A proposta da empresa é que os credores recebam por meio de ativos da companhia, como equipamentos, veículos, entre outros, ou concordem em parcelar a dívida sem juros em 18 meses.

Uma terceira alternativa é receber em 12 meses, mas com desconto de 20%.

Para o dono da empresa de locação, transporte e terraplanagem Transmorguini, Albert Mogen Jr, cuja dívida com a Delta é de cerca de R$ 60 mil, o voto de confiança na empresa é a única forma de tentar receber. Ele não aprova, porém, a troca da dívida por equipamentos.

"Os equipamentos estão supercaros, acima do preço de mercado, prefiro receber em 18 meses o valor integral, mesmo que sem juros."

Já Fátima Araújo, da Alba Diesel, fornecedora de peças de caminhão e com dívida de R$ 20 mil, tinha o mesmo sentimento da maioria dos credores ouvidos pela Folha.

Para ela, o importante é continuar fornecendo para a empresa que, acredita, sairá da recuperação e continuará no mercado. "Ainda vou avaliar as opções, mas não guardo ressentimentos da Delta. Eles com certeza vão se lembrar de quem aceitou a proposta e quem os processou."

A aprovação dos credores agora será encaminhada à Justiça. Se for homologada, em 30 dias os credores terão que optar entre as três alternativas apresentadas.

A partir da próxima segunda, os ativos estarão disponíveis no site da Delta para avaliação dos interessados, informou a Alvarez & Marsal. A prioridade de escolha será dada aos pequenos credores.


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