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Obra de arte rende mais que a Bolsa e fica acessível

Por R$ 1.000 investidor pode iniciar coleção; galerias fazem parcelamento

Fundos são opção para os que não entendem de arte e querem lucrar, mas aplicação mínima é de R$ 100 mil

JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO

A crise internacional e o consumo em alta no Brasil estão estimulando uma modalidade de investimento antes restrita a banqueiros e milionários: obras de arte.

Nos últimos dez anos, a valorização de quadros, instalações e esculturas de artistas brasileiros ultrapassou os ganhos obtidos na Bolsa.

Especialistas ouvidos pela Folha estimam que, devido à crise de 2008, o mercado de arte encolheu 30% na Europa e nos EUA. Por aqui, ele mais que dobrou.

Isso porque, com o aumento da renda, mais brasileiros estão interessados em adquirir suas primeiras peças, montar uma coleção e -por que não?- ver essas obras se valorizarem à medida que os artistas ficam famosos.

O crescente número de potenciais compradores no país fez a White Cube, uma das mais importantes galerias do mundo, abrir filial em São Paulo, na semana passada.

É um concorrente de peso para as galerias nacionais importantes, que já somam uma centena nas principais capitais do país, o dobro do que havia na década passada. Desse total, ao menos 46 estão ligadas a artistas da atualidade. Em 2011, eram 24.

Resultado: as instituições financeiras no país viram aí uma oportunidade de negócio e se preparam para colocar na praça opções de fundos de investimento atrelados a obras de arte.

O Brasil Plural foi o primeiro grupo financeiro a criar um fundo desse tipo. Batizado de BGA (Brazil Golden Art), foi lançado em 2011. "Em 15 dias captamos R$ 40 milhões com 70 cotistas", diz Hélio Reis, sócio e gestor do fundo.

Para o lançamento, foi preciso que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) criasse uma regulamentação específica, que, agora, serve de base para que as demais instituições financeiras, ligadas aos principais bancos comerciais e de investimento, também criem fundos similares.

"Já estamos estudando um novo fundo", diz Reis.

O retorno desse tipo de aplicação se dá, em média, após cinco anos e exige, no mínimo, investimentos de R$ 100 mil. "Não é muito diferente de fundos de investimento existentes", diz Reis.

A vantagem é que, nesse caso, não é preciso entender de arte, já que os gestores são especialistas no assunto. Reis, por exemplo, foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia antes de se tornar sócio do Brasil Capital.

Para quem não tem tanto dinheiro para entrar nesse mercado, a maior parte das galerias já facilita pagamentos. "Por R$ 1.000 já dá para começar", afirma o dentista Dario Zito.


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