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Diversificar reduz riscos também em arte

Investir em diferentes artistas minimiza possibilidades de perdas, assim como ocorre no mercado financeiro

Orientação de colecionadores é mesclar aplicações em profissionais de renome e talentos promissores

Thomas Erh/Divulgação
Walmor Corrêa, artista citado por colecionadores como um dos que mais vendem
Walmor Corrêa, artista citado por colecionadores como um dos que mais vendem
DE SÃO PAULO

Galeristas dizem que arte dificilmente é um mau negócio. Mas como prever qual artista irá "bombar", fazendo seu investimento render?

Assim como no mercado financeiro, a regra básica é a diversificação. "É sempre bom mesclar uma 'blue chip' com a obra de um artista jovem", diz o dentista Dario Zito, que, em seis anos, adquiriu 180 peças cujo valor já se multiplicou por quatro.

"Blue chip" é o nome que se dá a um artista consagrado que, a exemplo de uma ação como Petrobras ou Vale, oferece retorno e liquidez.

"Você consegue vender um Vik Muniz, uma Beatriz Milhazes em qualquer lugar do mundo", diz Zito. "Não é assim com os mais jovens."

Zito sempre foi apaixonado por arte. Começou comprando obras para decorar seu apartamento, em São Paulo. "Fui várias vezes antes de comprar, procurando saber da carreira de cada artista", diz. "No começo, não via como investimento. Mas é bom saber que comprei o que valorizou."

Primeiro, ele adquiriu uma obra de Ana Holq. Depois, por R$ 500, levou um trabalho de Nazareno. O artista está fazendo sucesso e suas obras estão negociadas por valores elevados. A peça de Zito hoje vale R$ 5.000.

"Depois de algumas obras, vi que poderia comprar algo mais caro", disse. "Aí levei um quadro do Ernesto Neto de R$ 4.000 em parcelas."

Uma das três peças do pernambucano Paulo Bruscky saiu por R$ 1.000. Hoje, a peça vale, no mínimo, R$ 3.000. Uma obra de Filipe Cohen, comprada por R$ 3.000, está avaliada em R$ 30 mil.

Com o aquecimento do mercado brasileiro, aumentaram as chances de que a valorização das obras seja efetivamente convertida em retorno financeiro na hora da venda. "Há compradores", diz Monica Esmanhotto, gerente de um projeto de exportação de obras contemporâneas em parceria com a Apex (agência brasileira de promoção de exportação).

Por isso, segundo Esmanhotto, a melhor forma de buscar retorno é procurar galerias e investir em artistas com uma carreira sólida ou iniciantes que já estejam sendo conduzidos por galerias.

OS MAIS VENDIDOS

Outra opção é descobrir quem são os mais vendidos. A Folha ouviu colecionadores e curadores para saber quem são esses artistas. A lista inclui dezenas de nomes, e o de Walmor Corrêa foi praticamente unanimidade.

Corrêa ganhou notoriedade na Bienal de São Paulo de 2004. Em 2005, foi um dos poucos a integrar a mostra Panorama da Arte Brasileira, do Museu de Arte Moderna.

Desde então, passou a ocupar importantes museus e galerias nos EUA e na Europa.

Atento ao mercado, Corrêa está transferindo seu ateliê de Porto Alegre para São Paulo, onde se instalaram as principais galerias.

"O artista não pode ser ingênuo. A obra vai ter um valor de mercado", diz. "Se ela é exibida em determinados espaços, com curadorias de nomes reconhecidos e uma crítica positiva, tende a se valorizar."


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