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Finanças Pessoais

Avalie corretamente o desempenho dos seus investimentos

Três investidores aplicaram dinheiro em produtos muito diferentes.

José comprou cotas de um fundo de renda fixa DI, cujo objetivo é acompanhar a flutuação da taxa de juros de mercado.

Pedro aplicou seu dinheiro em ações aderindo a um fundo de ações ativo, que tem o desafio de proporcionar rentabilidade acima da média de mercado.

Maria preferiu investir em títulos atrelados a índices de inflação e aderiu a um fundo de renda fixa índices, cuja carteira é composta basicamente por NTN-B, que paga a variação do IPCA mais uma taxa de juros prefixada.

Os três gostam de acompanhar a rentabilidade dos investimentos para avaliar o desempenho.

Nos últimos 12 meses, por exemplo, a rentabilidade dos três fundos foi muito diferente. Como eles podem avaliar a competência dos gestores dos fundos olhando números tão distintos? Como saber se a rentabilidade oferecida pelo fundo foi boa ou ruim?

Será que é possível olhar o resultado da poupança, por exemplo, ou do CDI no mesmo período e julgar o desempenho dos três fundos com base nesse único parâmetro?

A resposta é não!

O investidor precisa de um indicador, um índice que mede o desempenho de cada mercado. "Benchmark" é a expressão mais usada para indicar o índice de referência que pode ser adotado pelo investidor para avaliar o resultado de seus investimentos.

Como José, Pedro e Maria optaram por mercados distintos, cada um deve comparar o desempenho da carteira com o "benchmark" adequado. A referência de José será a variação da taxa DI. O parâmetro de Pedro será o Ibovespa, e o de Maria, o IMA-B.

Vamos entender o conceito de cada um e por que não podemos adotar um único "benchmark".

Taxa DI: taxa média de transações realizadas no mercado interfinanceiro pelo prazo de um dia com lastro em CDI (certificado de depósito interfinanceiro).

Ibovespa: retorno real de uma carteira teórica de ações constituída pelas ações mais negociadas no mercado. Reflete a variação dos preços e também o impacto dos proventos (reinversão de dividendos; valor apurado na venda de direitos de subscrição e manutenção das ações recebidas em bonificação).

IMA-B: retorno de carteira teórica composta por títulos públicos federais atrelados ao IPCA (NTN-B), segregadas em papéis de até cinco anos (IMA-B 5) e com prazo superior a cinco anos (IMA-B 5+).

Vamos dar uma olhada na tabela e analisar o desempenho das três carteiras e de seus respectivos "benchmarks" nos últimos 12 meses.

José ganhou menos do que a taxa DI provavelmente em razão do pagamento de taxa de administração elevada cobrada pelo administrador do fundo. E não adianta ele ficar com inveja da rentabilidade do fundo de investimento de Maria. São produtos distintos, com estratégias e riscos diferentes.

Ele está pensando em diversificar seus investimentos e talvez investir uma parte no mesmo fundo que ela.

Pedro sabe que o investimento em ações é assim mesmo. Uma hora ganha muito e, na hora seguinte, pode deixar de ganhar ou mesmo perder parte do dinheiro.

Está satisfeito com o desempenho de seu fundo de ações porque o gestor conseguiu um retorno superior ao Ibovespa, "benchmark" do fundo. Significa que foi competente nas ações que selecionou para a carteira.

E, como colocou em Bolsa somente uma parte de seus recursos e está otimista em relação ao cenário econômico futuro, mantém sua posição e decide esperar pela recuperação do mercado e do preço das ações.

Maria está muito feliz. Nem acredita que ganhou tanto em um fundo de renda fixa! Ela não esperava rentabilidade de 18% em 12 meses. Como é possível ganhar tanto se o

IPCA foi de 5,5% e a taxa de juros média dos títulos da carteira não passa de 4% ao ano?

Precisa de ajuda para entender por que a rentabilidade foi o dobro do que esperava ganhar. Vou esclarecer a dúvida de Maria e talvez a sua também na coluna da próxima semana.

Antonio tem uma carteira diversificada. E adota um parâmetro pessoal e individual para avaliar sua carteira: o índice oficial de inflação no Brasil, o IPCA. Assim, ele sabe se está ganhando juros reais, acima da inflação. Esse é seu objetivo, sua meta.

Para reduzir os riscos e tentar ampliar os ganhos, montou uma carteira com a seguinte diversificação: 40% no fundo DI, 20% no fundo de ações e 40% no fundo índices. O retorno foi de 10,82% em 12 meses.

Considerando que o IPCA no mesmo período foi de 5,5%, sua carteira proporcionou juro real de 5,04% (1.1082/1.0550). Está satisfeito com sua estratégia de investimento e pretende mantê-la como está.


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