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Análise

Sem investimento, fórmula pode perder eficácia no futuro

CLAUDIO FELISONI DE ANGELO ESPECIAL PARA A FOLHA

Há dois comportamentos recorrentes na natureza humana. O primeiro é a inclinação talvez natural de poupar energia. O segundo comportamento é a tendência de imaginar o futuro com as cores, tintas e formatos desenhados pelo passado.

Não se pode qualificar tais atitudes propriamente como qualidades ou defeitos. Deve-se, entretanto, ter consciência de tais inclinações para que os erros possam ao menos ser razoavelmente controlados.

Exemplos de resultados sem sacrifícios não são difíceis de serem encontrados. As dietas que nada exigem são muito atraentes e podem até mesmo ter algum sucesso. Sempre, é claro, e infelizmente por tempo limitado.

De outro lado não são poucas também as situações em que se verifica o comportamento inercial dos indivíduos em suas escolhas: se deu certo antes por que não haverá de dar certo agora?

Os resultados do comércio neste ano podem ser apreciados e relativizados considerando esses aspectos.

Os últimos dados do IBGE dão conta do crescimento do comércio em 2012. Segundo divulgou o instituto, as vendas no comércio varejista brasileiro registraram avanço de 0,8% em outubro frente a setembro.

Em adição, o IBGE assinala que foi o quinto resultado positivo. Se a comparação se fizer tomando como base outubro de 2011 com outubro de 2012, se observará que o volume de vendas cresceu 9,1%.

Esse resultado é, sem dúvida, muito bom. Por certo, quando a rolha da champanhe voar, celebrando o início de 2013, o comércio terá registrado uma expansão ainda mais vigorosa que a observada em 2011.

Deve-se considerar, contudo, que o crescimento pífio do PIB neste ano só se deu graças à força do consumo. Porém, uma força turbinada principalmente pelos estímulos fiscais e pela desoneração da folha de pagamentos.

O governo viu o que deu certo antes e não inventou, apenas reeditou. O Brasil cresceu pouco, mas cresceu. Mais importante que isso, o resultado foi alcançado sem grandes sofrimentos.

Lamentavelmente, ocorre que as dietas fantásticas não operam milagres. Para que se tenha saúde e um peso adequado é preciso mudar os hábitos alimentares e fazer exercícios. Ou seja, melhorar a qualidade do que se ingere e fazer esforço físico.

Um corpo capaz de suportar desafios requer fortalecimento da musculatura e aumento da capacidade pulmonar. Em outras palavras, é preciso investir.

Não é esse exatamente o regime que faz o Brasil. Um problema sem dúvida nenhuma preocupante, considerando as condições insalubres propiciadas pelo mercado internacional.


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