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Cifras & Letras

Crítica hotéis

Ex-gerente conta bastidores da indústria hoteleira e dá dicas

Dar boa gorjeta na chegada e negar consumo do frigobar estão entre os conselhos

FERNANDA EZABELLA DE LOS ANGELES

Da próxima vez que você fizer check-in num hotel de luxo nos EUA, preste muita atenção no recepcionista, interrompa a conversa ao celular para não ser rude e estenda uma gorjeta generosa, como uma nota de US$ 20.

Ele pode fazer de sua estadia a melhor parte da viagem, ou a pior de todas, de acordo com as dicas e histórias do livro "Heads in Beds" (Doubleday, sem lançamento previsto no Brasil).

O autor é Jacob Tomsky, 34, que sobreviveu mais de uma década na indústria hoteleira e resolveu se despedir com um livro ao estilo "Cozinha Confidencial", best-seller de Anthony Bourdain sobre os bastidores e truques dos grandes restaurantes.

Tomsky, que tem um diploma de filosofia, começou a trabalhar como manobrista de carros num hotel de luxo em New Orleans para pagar as contas do empréstimo da faculdade. Logo foi promovido a recepcionista e, meses depois, virou gerente de governança, responsável pelo exército de arrumadeiras.

"Testemunhei métodos únicos das arrumadeiras", conta o autor, detalhando que a melhor forma de limpar espelhos, embora com danos a longo prazo, é polidor de móveis, tática que muitas usam também para limpar copos do minibar.

"Você já viu detergente no carrinho delas? Normalmente água quente e toalha de rosto significam limpo. Mas, para ter certeza absoluta que não serão advertidas por copos manchados, elas podem jogar um spray de polidor de móveis nos copos."

TÉCNICAS

Depois de longas férias da Europa e meses desempregado em Nova York, Tomsky voltou a trabalhar como recepcionista de outro hotel de luxo, a poucas quadras da Time Square.

Suas técnicas para conseguir gorjetas generosas foram se aprimorando cada vez mais. A dica mais repetida é justamente esta: estenda sempre uma nota de US$ 20 logo no check-in e espere por "upgrades" de quartos (uma vista melhor, uma varanda talvez?), saída depois do meio-dia sem multa, e até mesmo vinhos caros à espera no minibar.

"Alguns clientes ficam tensos com esta jogada. Por favor, não fiquem. Não é uma transação de drogas", escreve o autor, completando que recepcionistas estão autorizados a mimar hóspedes e têm uma quantia por dia para gastar.

Mas ele adverte: nem todos os recepcionistas são iguais. "Eu já abri a carteira para um e não ganhei nada, apenas um sorriso nervoso."

Tomsky compartilha histórias curiosas sobre personagens que circulam pelos hotéis, como um gerente alcoólatra que roubava bebidas dos minibares de madrugada e acabou demitido ao ser pego pelas câmeras urinando nas escadarias de serviço.

Há também uma provável prostituta de luxo extremamente generosa nas gorjetas que fazia dos quartos seu escritório pessoal e algumas celebridades cativas, como a figura frágil e avoada de Brian Wilson, dos Beach Boys.

Mas o mais valioso do livro são mesmo as dicas do autor para entender -e até mesmo burlar o esquema do hotel.

Ele afirma que o hóspede pode consumir o minibar inteiro do quarto e dizer que não comeu ou bebeu nada na hora de pagar a conta porque o sistema de checagem é extremamente falho, mesmo nos modernosos frigobares digitais.

O mesmo funciona para os filmes pagos na TV. Segundo Tomsky, pode ficar tranquilo, porque ninguém vai duvidar de você.


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