Folha de S.Paulo

Bússola

Com R$ 5.000, qual é a melhor opção de investimento? Como posso poupar mais?

V. T., de Contagem (MG)

RESPOSTA DO CONSULTOR DE FINANÇAS MAURO CALIL, DA CALIL & CALIL - Infelizmente, não há uma resposta definitiva para sua pergunta sobre o investimento, por isso vou lançar mão de dois conceitos do método conhecido como "Fast" de enriquecimento consistente para responder ambas as perguntas.

Para investir bem, ou seja, turbinar seus investimentos -o "T" do fast-, você deve responder a três perguntas: qual o montante, qual o prazo e qual o objetivo do investimento?

Vamos considerar o montante sugerido: R$ 5.000. Faltam definir o prazo e o objetivo, que pode ser trocar de carro em dois anos ou fazer uma viagem.

Com isso definido, a aplicação financeira adequada ao seu montante, seu prazo e seu objetivo surgirá rapidamente.

Em relação a sua segunda pergunta, tenho a dizer que, na sociedade de consumo, a tarefa de poupar pode ser árdua e, por vezes, ir contra tudo o que ouvimos, inclusive de especialistas que insistem na ideia de que pequenos presentes são recompensas por conquistas.

Gosto de dizer que, se um cafezinho é um troféu, isso significa que sua conquista foi muito pequena.

Portanto, a resposta para a segunda pergunta é simples e vem do "S" do método sugerido, ou seja, salve dinheiro. Salve seu dinheiro do consumo tolo de sua vida, elimine gastos com aquilo que não te traz felicidade duradoura ou permanente ou nem sequer traga alguma felicidade.

Por exemplo, deixar as luzes de toda a casa acesas traz felicidade a quem? Pagar tarifas bancárias traz alegria a quem? Pense em usar o pacote de serviços essenciais gratuitos.

Comprar um doce a cada passada na loja de conveniência pode trazer malefícios que vão além de seu bolso. Tente pensar nisso quando surgir um desejo imediato e use seu dinheiro para sua felicidade permanente.

IMÓVEIS

Sou corretor de imóveis e sempre me perguntam: o Brasil vive uma bolha imobiliária? Gostaria de uma ajuda para responder.

J.P., de Goiânia (Go)

RESPOSTA - Não, o Brasil não vive uma bolha imobiliária. Devemos mostrar o que ocorreu com os preços dos imóveis em dois períodos. O primeiro, de 2002 a 2007, quando os imóveis, de maneira geral, valorizaram cerca de 15% em cinco anos.

O normal no Brasil seria algo em torno dos 12% ao ano. Tivemos uma recuperação dos valores que ocorreu de 2008 a 2011, quando toda a valorização do período anterior, mais a valorização normal, puxaram os preços com a ajuda do crédito farto e do aumento de emprego.

Vale salientar que em todos os períodos existiram áreas que valorizaram e que também desvalorizaram. Você, como um bom corretor de imóveis, deve conhecer, deve ser um especialista na região onde atua e ser um consultor para seus clientes mostrando isso.

DIVISÃO

Consigo poupar hoje R$ 500 por mês. Penso em duas opções para investimento: Tesouro Direto (longo prazo) e fundos imobiliários (curto prazo). Como devo dividir esses recursos?

N.F., de São Paulo (SP)

RESPOSTA - Na verdade, a concepção é diferente da que você coloca. O Tesouro Direto pode ser enquadrado como renda fixa e, portanto, é a melhor opção para o seu curto prazo.

Já as cotas de fundos imobiliários, por terem mais risco, devem ser opções para o seu longo prazo.

Em ambos os casos, é possível investir com parte dos R$ 500 mencionados. A alocação final dependerá dos objetivos que você busca alcançar com cada uma das aplicações. Veja a primeira pergunta desta página para ter mais detalhes de um passo a passo.

EU INVISTO EM

Bruno Sperancini, piloto de rali

"Invisto nas boas relações e em imóveis, pois eles necessitam de tempo para se consolidar, são investimentos de longo prazo, perenes e seguros"