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Presente de Natal da classe A vale 5 vezes o da maioria
Mulheres de alta renda devem gastar em média R$ 235 por presente; enquanto paulistano prevê desembolsar R$ 43 em 'lembrancinha'
Elas compram em média 20 presentes para a família, gastam R$ 3.500 em roupas por mês e preferem escolher sapatos e bolsas nas prateleiras de lojas fora do país, quando viajam ao exterior em férias ou a trabalho.
Esse é o perfil das consumidoras da classe A da cidade de São Paulo, segundo o Instituto Qualibest, que criou uma rede virtual fechada (a La Clé) para fazer pesquisas com mulheres da alta renda.
Na contramão da maioria dos paulistanos, as consumidoras dessa faixa de renda pretendem gastar R$ 235 em cada um dos presentes que devem comprar neste ano.
O que elas vão gastar em um presente a maioria dos paulistanos informou que deve gastar na compra de cinco "lembrancinhas". Pesquisa da Fecomercio SP apontou que o gasto será de R$ 43 por presente. Em 2011, o custo foi de R$ 55 por presente.
"Perco um pouco a noção dos gastos nessa época do ano. Mas não tem como fugir. Além dos presentes da família, dos filhos e das pessoas mais próximas, tem os gastos com 13º salário, férias e outros direitos dos empregados de casa e do prédio", diz Vicky Levy, profissional que atuou no mercado financeiro e agora se dedica a criar dois filhos e cuidar da casa.
A renda da dona de casa vem de aplicações financeiras e da pensão paga pelo ex-marido, um executivo do setor financeiro. Ela prevê que o custo fixo de R$ 30 mil, em média, por mês salte para R$ 80 mil em dezembro -se somados gastos com viagem.
Parte dos presentes é pago em espécie. "Como viajo com familiares, também dou de presente uma parte em dólar para gastarem no passeio."
Assim como a maioria das entrevistadas de alta renda, Vicky compra em lojas de shopping e pela internet. "Com a comodidade de comprar pela internet, tenho me achado meio 'gastona' comprando toda semana", admite. Ela não soube estimar o gasto mensal com roupas -na pesquisa, as consumidoras gastam R$ 3.500 mensais.
Neste ano a decoradora Adriana Malouf e sua família decidiram mudar de hábito. Em vez de presentear os adultos, só as crianças entram na lista do Natal.
"Foi uma mudança para evitar essa loucura de final de ano", diz. Cada criança deve ganhar em média 15 presentes, com valores variados.
"Sou zero consumista e super contida. Só faço compras quando preciso", diz Adriana, que afirma estar fora da estatísticas do instituto.
Bolsas e sapatos estão na lista de presentes favoritos das consumidoras "gastonas" ou nem tanto assim. Três das últimas dez compras desses itens foram feitas fora do Brasil, diz Daniela Daud, diretora do Qualibest.
"Não fico no desespero se não consigo comprar uma bolsa. Espero a próxima viagem, me recuso a pagar aqui o dobro do preço de uma Chanel lá", diz Vicky. "O Brasil ficou um país caro. Não sou apegada a marcas, compro o que cai bem", diz Adriana.
No estudo foram entrevistadas 241 mulheres entre 6 e 12 de dezembro. "São consumidoras conscientes, que conhecem o valor do produto, exigentes no atendimento e na qualidade, por que têm experiência de compra dentro e fora do Brasil", diz Daniela.
