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Apple quer roupa 'iphone' e gravata 'ipad'

Empresas tentam 'blindar' marcas com pedidos de registro para evitar que terceiros as explorem comercialmente

Embora estejam protegidas por lei, empresas de marcas famosas impedem ação de 'parasitas'

HELTON SIMÕES GOMES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Apple tenta "blindar" o registro de suas marcas famosas para evitar que terceiros usem sua propriedade industrial ou para reservar a si mesma a possibilidade de exploração comercial.

Para isso, a empresa de tecnologia entra com pedidos de registro das marcas "iphone" e "ipad" para produtos diferentes dos conhecidos smartphones e tablets.

Segundo levantamento nos registros do Inpi (Instiuto Nacional de Propriedade Industrial), a empresa pediu o registro da marca "iphone" para 107 produtos, como secretárias eletrônicas, fax e máquinas de diversão operadas por moeda e automáticas.

Para os pedidos em categorias semelhantes, foi levado em consideração um único produto.

A marca "iphone" para celulares está prestes a ser alvo de disputa no Brasil. Anteontem, a dona da Gradiente lançou sua linha de celulares "iphone". A empresa detém os direitos sobre a marca no país e promete brigar pelo nome com a Apple, mundialmente conhecida pelos smartphones com esse nome.

O pedido de registro foi feito em 2000, mas a resposta só saiu em 2008, um ano antes de o celular da Apple ser lançado nos EUA. Já o pedido da Apple só veio em 2007, mas deve ser negado, segundo a Folha apurou, pois não é possível haver dois registros da mesma marca para uma mesma categoria de produto.

A Apple já conseguiu o registro de "iphone" para publicações e roupas. A empresa também tenta o registro de "ipad" para 31 produtos, que inclui gravatas, suéteres, lingerie e conjuntos para neve. Já o registro para tablets ainda é analisado pelo instituto.

O levantamento no Inpi mostra que a "blindagem" é uma prática utilizada por outras empresas de tecnologia.

A Microsoft fez o mesmo com "skype" e "xbox". Já o Google, busca registrar "orkut" como marca de papelão. Já o Facebook quer seu nome em roupas e já recebeu registro do Inpi para isso.

PARASITA

Segundo especialistas, a "blindagem" serve para a empresa se proteger do chamado "aproveitamento parasitário", tática de empresas que registram um produto com uma marca conhecida para surfar em sua popularidade.

"[A empresa] quer assegurar que um terceiro não utilize a marca para um produto que não tem nada a ver e se beneficie do marketing que ela construiu", diz Maria Cristina Cortez, do centro de solução de disputas da Abpi (Associação Brasileira de Propriedade Intelectual).

Segundo o Inpi, o pedido de registro só é aceito se os produtos estão em acordo com a linha de atuação da empresa.

A "blindagem" dessas empresas é um reforço, pois a lei brasileira de propriedade industrial já protege marcas de reconhecimento notório, mesmo sem registro no Inpi.

Além de resguardar marcas famosas, o pedido de registro pode fazer parte de uma estratégia comercial para o lançamento de um novo produto. Um ano antes de lançar o videogame Xbox, em 2001, a Microsoft entrou com o pedido da marca no Brasil.


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