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Governo elabora plano para a pecuária
Segundo ministro da Agricultura, produtores terão incentivo para reformar pasto degradado e adotar tecnologia
Após caso atípico de vaca louca no Paraná, ministério afirma que vai investir em defesa e gestão no próximo ano
No momento em que o setor de carnes volta a ficar em evidência devido a problemas sanitários, o governo formula um plano para a pecuária.
Entre as medidas, estão a criação de linhas de crédito diferenciadas, de um fundo garantidor e de um plano plurianual de investimentos.
O objetivo é incentivar a reformulação de pastagens degradadas, a adoção de novas tecnologias e o planejamento financeiro dos pecuaristas.
"Precisamos ter políticas agrícolas distintas para cada público", disse ontem o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, à Folha.
O governo também quer um modelo de estabilização das relações contratuais entre pecuaristas e frigoríficos. A ideia é que se crie uma espécie de "Consecarne", a exemplo do setor de cana.
"Não há setor que não precise de um amortecedor", disse o ministro, lembrando que os produtores de aves e suínos mais afetados pela alta do milho neste ano não são integrados com a indústria.
VACA LOUCA
Na área de defesa agropecuária, o ministério trabalha para profissionalizar a gestão.
Uma das ações será a abertura de processo seletivo, em janeiro, para a contratação de fiscais agropecuários -o primeiro em dez anos.
O ministro diz também ter orçamento aprovado para aumentar a capacidade dos laboratórios e para a consultoria prestada pelo comitê de competitividade liderado pelo empresário Jorge Gerdau.
Para evitar polêmicas como a do episódio da vaca louca no Paraná, o governo pretende exigir mais autocontrole das empresas. "Quando algo dá errado, a culpa também é do empresário, que fez a coisa inadequada", disse o secretário-executivo do ministério, José Carlos Vaz.
Para o governo, o caso atípico de vaca louca foi esclarecido com o mercado financeiro, com a população, com a maioria dos importadores e com a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), que deve formalizar em fevereiro o status de risco insignificante do Brasil para a doença.
Restam as batalhas comerciais. "Passado um certo tempo, se for o caso, vamos à OMC (Organização Mundial do Comércio)", disse Vaz, referindo-se aos sete países que barram a carne do Brasil. Ontem, Taiwan, irrelevante para a exportação, entrou na lista.