Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

"Private banking" já mira menor renda

Redução de juros impulsiona gestão individualizada para alta renda e estimula novos negócios para outras faixas

Com a mudança de cenário para investir no Brasil, instituições financeiras diversificam produtos

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

A queda das taxas de juros no país tem impulsionado a busca de investidores de alta renda por serviços de gestão individualizada. O setor de administração de fortunas ("private banking") tem registrado forte crescimento, principalmente fora do eixo das cidades do Sudeste.

Pelo terceiro ano seguido, os recursos geridos pelo segmento de "private banking", que atingiram quase R$ 500 bilhões em setembro, crescem a taxa superior a 20%, segundo a associação de entidades dos mercados financeiro e de capitais.

Para Marco Abrahão, diretor da área de "private banking" do Credit Suisse Hedging Griffo (CSHG), o cenário para investimentos no país mudou completamente.

"A festa dos juros altos acabou", diz. "Antes, o investidor podia ligar para várias instituições financeiras sólidas e optar pela que oferecesse o maior retorno no CDB. Mas essa rentabilidade caiu muito com o recuo dos juros."

A saída agora é diversificar. Mas, fora do mundo relativamente seguro dos títulos do governo, os riscos e as dúvidas são maiores. Isso explica a busca por ajuda especializada, principalmente desde a redução brusca da taxa básica de juros de 12,5% em agosto de 2011 para 7,25% em novembro deste ano.

No CSHG, o volume de ativos sob gestão na área de "private banking" cresceu 40% neste ano, atingindo

R$ 52 bilhões. Cassio Calil, presidente do J.P. Morgan Asset Management, diz que a instituição apostou há um ano na queda dos juros e aumentou a diversificação dos fundos oferecidos: "Antes era muito difícil inovar porque o próprio governo atendia muitos investidores. O cenário agora é outro".

O montante de recursos administrados pela instituição atingiu R$ 16,6 bilhões no fim do ano, o dobro do registrado há 18 meses. Calil diz que o foco é distribuir produtos para outros gestores de fortunas e clientes institucionais.

O crescimento da demanda neste ano, diz, veio principalmente dos gestores de fortunas. Para ser considerado cliente "private", o investidor precisa ter, pelo menos, R$ 1 milhão em aplicações. Mas, na maioria dos bancos, esse piso é mais alto, entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões.

A reboque da queda dos juros, surgiram instituições com tratamento individualizado para clientes de menor renda. Na Apogeo (braço da administradora Vinci Partners), o valor mínimo para investir é R$ 25 mil.

Segundo Paulo Bittencourt, diretor da Apogeo, o projeto surgiu em 2010, quando a perspectiva de juros estruturalmente mais baixos (ainda que com eventuais ajustes) ganhava contorno.

"O investidor pessoa física procura mais rentabilidade. Não está acostumado ao cenário de juro real a 2% ao ano. Mas se dá conta de que a redução é irreversível."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página