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Análise

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Situação não é grave como em 2001, mas conta de luz vai subir

LUIZ PINGUELLI ROSA ESPECIAL PARA A FOLHA

Há um alarme, em parte exagerado e em parte justificado, sobre a situação crítica do sistema elétrico brasileiro.

De fato o nível de água nos reservatórios das hidrelétricas está muito baixo.

As chuvas escassearam, e a temperatura do oceano está fugindo do padrão conhecido, do tipo El Niño ou La Niña, dificultando as previsões hidrológicas.

É preocupante a possibilidade de que os níveis dos reservatórios não subam o quanto se espera.

Na região Sudeste, eles já estão abaixo de 30% e se aproximam do nível crítico estabelecido pela chamada curva de aversão ao risco.

A situação se diferencia daquela vivenciada em 2001, quando foi decretado um racionamento compulsório de energia elétrica.

Hoje há significativa capacidade instalada de usinas termelétricas operando em complementação às hidrelétricas, por determinação do Operador Nacional do Sistema (ONS), além das nucleares e de outras fontes, como eólicas -cujo custo bai-

xou muito nos leilões mais recentes, embora muitas ainda não estejam operando por falta de conexão às linhas de transmissão.

A capacidade de acumulação de água nos reservatórios, que era plurianual, tem se reduzido relativamente à potência total, sendo hoje apenas suficiente para cerca de dois meses de geração.

Novas usinas hidrelétricas, como Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, e Belo Monte, ainda em construção, são a fio d'água, praticamente sem reservatório de acumulação, visando minimizar os impactos ambientais.

O intenso calor deste verão tende a aumentar o consumo de energia, especialmente pelo uso do ar-condicionado.

Ademais a melhor distribuição de renda, com o aumento do contingente da classe C, ampliou o acesso das famílias aos eletrodomésticos, fato coadjuvado pelo crédito e pelo estímulo fiscal concedido pelo governo.

Isso contribui para o maior consumo de energia elétrica, embora o modesto crescimento da economia no ano passado não tenha agravado a situação.

O elevado custo de geração das usinas termelétricas, muitas delas absurdamente caras, de baixa eficiência e consumindo óleo combustível e até óleo diesel -em vez de gás natural-, terá impacto nos preços.

Assim, vai diminuir o efeito da redução de tarifa estabelecido pela medida provisória que baixou a receita principalmente das subsidiárias da Eletrobras, que possuem hidrelétricas antigas, consideradas em boa parte amortizadas.

A operação das termelétricas poderia ter sido um pouco antecipada para evitar que o nível dos reservatórios ficasse tão baixo.


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