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Análise Futuro da economia

Emergentes vão ampliar sua importância no longo prazo

CHRISTINE LAGARDE ESPECIAL PARA O PROJECT SYNDICATE, EM WASHINGTON

O mundo está para começar mais um ano em crise financeira e econômica continuada, e é necessário um panorama mais amplo quanto aos contornos do futuro.

As tendências de longo prazo são claras.

Os dinâmicos mercados emergentes da Ásia à América Latina estão ganhando importância. EUA e Japão continuam a ser propulsores globais, mas enfrentam fortes desafios em termos de dívida e deficit. A Europa passa por um processo difícil, mas histórico de reengenharia e integração. O Oriente Médio se transforma diante de nossos olhos. A África subsaariana enfim promove desenvolvimento sustentável -abrindo uma nova fronteira para o crescimento depois de décadas de estagnação.

Essas mudanças são positivas. Mas há três marcos cruciais a atingir.

O primeiro, e mais óbvio, é que precisamos deixar a crise para trás. E sabemos como fazê-lo: políticas monetárias que acomodem o crescimento; ajuste fiscal nas economias avançadas, o que inclui planos concretos e realistas, mas sem solapar o crescimento em curto prazo; a conclusão da limpeza no setor bancário; e estímulos a produtividade e o crescimento.

Tudo isso precisa ser complementado por um reequilíbrio da demanda mundial em direção dos mercados mais dinâmicos, entre os quais os das economias emergentes.

O maior obstáculo talvez seja o pesado legado da dívida pública, que atinge a média de 110% do PIB nas economias avançadas -o nível mais elevado desde a Segunda Guerra. A história nos oferece duas lições claras: reduzir a dívida é incrivelmente difícil sem crescimento e aumentar o crescimento é incrivelmente difícil sem uma pesada carga de dívida pública.

O segundo marco é um melhor sistema financeiro mundial. Conquistamos avanços importantes, mas o ímpeto é baixo. Como resultado, o sistema não está muito mais seguro do que estava em 2008, quando o Lehman Brothers entrou em colapso.

O terceiro marco se relaciona à qualidade e à inclusividade do crescimento. Embora crescimento seja essencial para a economia do futuro, é preciso que seja inclusivo, e não apenas como consequência da globalização irrestrita.

Isso significa expandir o acesso ao crédito e aos serviços financeiros, com mais transparência e melhor governança. Atingir esses marcos pressupõe uma maior cooperação mundial.

O ano de 2013 oferece a chance de superar a crise e preparar o mundo para um futuro melhor. As autoridades econômicas precisam aproveitar a oportunidade.


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