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Passagem mais cara e menos voos afastam os passageiros
Movimento de viajantes domésticos recua 2,9% em dezembro, ante 2011
Com perdas bilionárias em 2012, TAM e Gol reduzem oferta de assentos; no ano, setor tem expansão de 6,9%
Com menor oferta e passagens mais caras, o movimento de passageiros domésticos nos aeroportos brasileiros encolheu 2,9% em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2011.
Levantamento feito pela Folha com dados da Infraero mostra que foi o pior desempenho para dezembro desde 2004. Foi também a única retração mensal de 2012. No ano, a demanda cresceu 6,9%.
"A desaceleração é resultado direto da política de redução de oferta e aumento de tarifa", diz Lucas Arruda, consultor da Lunica.
A retração em dezembro se explica pela crise de Gol e TAM, donas de quase 80% do mercado, que acumularam prejuízo bilionário em 2012.
As duas líderes encolheram a oferta de assentos e, nos últimos meses, vêm promovendo reajustes em suas cestas de tarifas numa tentativa de recompor o choque de custos provocado pela alta do combustível e do dólar.
A redução da oferta de assentos levou a um aumento da taxa de ocupação, que ficou em 77,8% em dezembro -um recorde, segundo a Abear, a associação das empresas aéreas.
O consultor técnico da Abear, Adalberto Febeliano, diz que dezembro "não foi tão ruim" e que o volume de passageiros pagos por quilômetro (RPK) aumentou 2,67%, na comparação com igual mês de 2011.
O dado oficial de RPK deve ser divulgado na semana que vem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O RPK é um indicador de demanda que mede o número de passageiros pagantes multiplicado pela distância voada total. Por isso, ele pode subir mesmo com redução no número de passageiros transportados.
Segundo a Abear, apesar de ter transportado menos gente, as empresas faturaram mais, com tarifas mais altas e voos de maior duração.
Para 2013, mesmo com PIB maior do que no ano passado, o crescimento ficará limitado pela combinação de oferta contida e passagens mais caras. A Lunica prevê alta de 5,5% ou 6,5% para o setor em 2013.
A Abear (associação das empresas aéreas) está mais otimista e projeta alta de 9% para este ano.