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'Apaguinhos' crescem e corte de luz bate recorde em 2012

Entre interrupções localizadas ou abrangentes, quantidade de energia "apagada" foi de 64.000 MW, a maior desde 2009

RENATA AGOSTINI TAI NALON DE BRASÍLIA

Os consumidores brasileiros tiveram de conviver em 2012 com um recorde incômodo: o de cortes de luz.

Ao longo do ano passado, entre "apagões" e "apaguinhos", houve queda de pelo menos 64.000 MW (megawatts) de energia em todo o país.

A quantia equivale a deixar o Brasil inteiro sem luz durante quase um dia.

Trata-se do maior nível de interrupção de carga registrado pelo governo desde 2009 -ano marcado pelo maior apagão da era Lula. Os dados fazem parte de levantamento feito pela Folha a partir de dados do Ministério de Minas e Energia e do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

O recorde pode ser ainda maior, pois dados do mês de dezembro -que registrou um dos maiores apagões- ainda não foram integralmente contabilizados pelo governo. O Ministério de Minas e Energia deve divulgar os números oficiais na semana que vem.

'APAGUINHOS'

Em 2012, os "apaguinhos" -cortes de energia entre 15 MW e 100 MW (capazes de interromper o fornecimento de energia para bairros ou cidades de até 400 mil habitantes)- também igualaram o recorde verificado em 2009: chegaram a ocorrer pelo menos 241 vezes. O número é o terceiro maior em 12 anos.

Para o diagnóstico das "perturbações" no sistema, o governo se baseia em dados do ONS sobre interrupções ocorridas na rede básica do Sistema Interligado Nacional.

O SIN reúne geradoras e transmissoras, mas desconsidera falhas na distribuição, isto é, das concessionárias que vendem diretamente o serviço para o consumidor.

APAGÕES

Apesar de o governo afirmar que tem ampliado a capacidade e a segurança do sistema, os apagões de grandes proporções, acima de 1.000 MW, mantiveram-se na média dos últimos anos: foram quatro em 2012. Foram, porém, mais intensos do que os de 2010, quando foram registrados seis. Atingiram ao menos 19.000 MW, ante 13.000 MW há dois anos.

Os apagões acima de 100 MW e até 1.000 MW, entretanto, diminuíram em relação aos últimos cinco anos. Foram 62 no ano passado, ante 80 em 2011 e 91 em 2010.

Nivalde de Castro, professor da UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico, afirma que essas oscilações tendem a aumentar caso o governo não invista na modernização da rede.

"É como construir um edifício e, na medida em que vários andares são construídos, você vai emendando instalações mais modernas às instalações mais antigas."

De acordo com o ONS, quanto maior a rede, mais sujeita a "perturbações" fica.


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