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Análise IED

Investimento precisa de mais que mercado interno para acelerar

SÉRGIO VALE ESPECIAL PARA A FOLHA

ESTAMOS PERDENDO ESPAÇO E NOSSA QUALIDADE REGULATÓRIA SÓ SUPERA NA REGIÃO A DA ARGENTINA

O ano foi desastroso para os investimentos no Brasil. A percepção de um país crescendo menos do que se imaginava no passado levou a uma readequação dos investimentos para um PIB podendo crescer com dificuldade 3%, e não mais os 5% que se esperava antes.

Os primeiros anos do governo Dilma deram a impressão de que pouco mais precisava ser feito e que o crescimento viria naturalmente. A não realização dessa mágica levou a uma perda de confiança dos investidores, que veem ainda um governo excessivamente intervencionista como problema adicional.

A consequência disso não é necessariamente a queda do investimento estrangeiro direto (IED). Por mais que a situação doméstica esteja longe de perfeita, há fatores importantes que justificam a manutenção recente de um IED em patamar elevado.

Em primeiro lugar, o mercado doméstico segue forte, em que pese não ser no ritmo anterior. Até 2020 nossas estimativas são de mais 21 milhões de pessoas entrando na classe média. Isso corresponde a 24% da população total de Peru, Colômbia e Chile, as estrelas da América do Sul.

Ou seja, não há como desconsiderar o potencial desse mercado, tanto que a maior parte da expansão no IDE é em serviços, com especial atenção ao comércio.

Em segundo lugar, e talvez mais relevante, institucionalmente estamos muito à frente dos outros países do Bric.

Como estamos de falando de mercados que podem atrair investimentos, quanto maior o grau de institucionalização, maior a segurança para os investidores.

Por fim, os planos de concessão trazem boas perspectivas de IED devido não só à entrada potencial de novos participantes nos leilões, mas também pelo impacto direto que trará na infraestrutura.

Mas há muito a melhorar ainda. Estamos perdendo espaço na América Latina e hoje nossa qualidade regulatória só não é pior que da Argentina na região.

Ao mesmo tempo, a qualidade de negócios, medida pelo Banco Mundial, está estagnada se comparada à dos Bric e à da América Latina.

Com isso, o IED pode ainda ficar em torno de US$ 50 bilhões a US$ 60 bilhões, mas perdendo espaço para outros mercados e sem muito cenário de aceleração adicional.


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