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Brasileiros gastam US$ 22 bi no exterior

Apesar da alta do dólar ante o real, gasto de turistas avança e contribui para deficit recorde nas contas externas

Rombo nas transações com o exterior atinge US$ 54 bi, mas é coberto pelos US$ 65 bi de investimento direto

DE BRASÍLIA

Mesmo com o dólar mais caro, o gasto dos brasileiros com viagens ao exterior bateu recorde em 2012 e chegou a US$ 22,2 bilhões, maior valor da série histórica, iniciada em 1947.

Os estrangeiros também deixaram mais dinheiro no Brasil no ano passado. Apesar de o valor também ter sido recorde (US$ 6,6 bilhões), a conta de viagens internacionais fechou 2012 com deficit de US$ 15,6 bilhões.

Para este ano, a autoridade monetária espera uma saída líquida ainda maior de dólares por esse canal, de US$ 16,3 bilhões.

"O que contribuiu para esse recorde [de gastos de brasileiros lá fora] foi o aumento da renda, da massa salarial real, que vem crescendo em média 6%. Isso motiva, naturalmente, as despesas com viagens", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

Em dezembro, houve aumento de 12% nos gastos dos brasileiros e redução de 11,4% nas despesas de estrangeiros, na comparação com dezembro de 2011, o que resultou em um saldo negativo de US$ 1,4 bilhão no mês.

Segundo o Banco Central, no ano passado, o valor médio do dólar foi R$ 1,95, enquanto em 2011 foi de R$ 1,67.

CARTÃO DE CRÉDITO

O BC informou que a parcela dos gastos no exterior de brasileiros pagas com cartão de crédito diminuiu de 60% para 55% no ano passado na comparação com 2011.

O motivo seria a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A taxa, atualmente em 6,38%, incentiva o pagamento das compras no exterior com dinheiro ou cartão pré-pago.

Desde 2011, o governo mais do que dobrou a taxação sobre as compras feitas com cartão em uma tentativa de frear o consumo de brasileiros fora do país.

DEFICIT RECORDE

A conta de viagens contribuiu para o resultado negativo recorde das transações correntes, que medem as trocas comerciais e de serviços do Brasil com o exterior.

O deficit foi de US$ 54,2 bilhões em 2012, valor recorde e equivalente a 2,4% do PIB -maior percentual desde 2001. No ano anterior, o deficit fora de US$ 52,5 bilhões, equivalentes a 2,12% do PIB.

O rombo, contudo, foi inteiramente coberto pelo fluxo de IED (Investimento Estrangeiro Direto), que fechou o ano com o segundo melhor resultado para a série, US$ 65,3 bilhões, atrás apenas dos US$ 66,66 bilhões de 2011.

Outro ponto importante no crescimento do rombo foi a despesa com juros, que somou US$ 11,847 bilhões, ante US$ 9,719 bilhões em 2011.

O deficit só não foi maior porque as remessas de lucros e dividendos acabaram sendo um fator limitador.

Diante do crescimento econômico mais fraco, as multinacionais mandaram menos recursos para as matrizes -US$ 24,112 bilhões, queda de 36,82% sobre 2011.


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