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Ações da Apple desabam após balanço
Queda de 12,35% é a maior desde setembro de 2008; Exxon ameaça superar empresa como a maior em valor de mercado
Analistas questionam se empresa de tecnologia já teria atingido auge e falam até em ano perdido
As ações da Apple sofreram ontem o maior tombo em mais de quatro anos, depois que a empresa teve um resultado abaixo do esperado nos últimos três meses de 2012.
Os papéis recuaram 12,35%, o maior tombo diário desde setembro de 2008, quando o mundo financeiro estressava com a quebra do banco Lehman Brothers.
Os papéis da empresa acumulam perdas de 36% desde setembro do ano passado, quando atingiram o pico de US$ 702. Ontem, fecharam cotadas a US$ 450,5.
A Apple encolheu US$ 175 bilhões em valor de mercado desde então e corre o risco de ser ultrapassada pela ExxonMobil como a maior empresa do mundo com ações em Bolsa de Valores.
Ontem, a gigante de tecnologia valia US$ 423 bilhões, ante US$ 416,5 bilhões da petrolífera.
Os resultados da Apple afetaram também os mercados da Ásia. Papéis de fornecedores da companhia, como a LG Display e a Hon Hai, também recuaram na Coreia do Sul e em Taiwan.
Os resultados negativos das ações podem ser atribuídos a uma série de fatores, entre eles a venda de iPhones abaixo da estimativa de muitos analistas.
Soma-se a isso os rumores de redução de pedidos de telas de LCD e outros componentes para o iPhone 5, devido à baixa demanda pelo smartphone mais recente da empresa e a concorrência cada vez mais acirrada com a sul-coreana Samsung.
Ainda assim, a companhia vendeu 47,8 milhões de iPhones no último trimestre de 2012, enquanto o Galaxy S3 da Samsung ultrapassou a marca de 40 milhões no dobro do tempo.
Foram vendidos 22,9 milhões de iPads no período, o que representa um avanço de 49% em relação ao mesmos meses de 2011.
O lucro da Apple ficou estável, em US$ 13,1 bilhões.
ANO PERDIDO
Analistas agora questionam se a empresa já teria atingido seu ápice e se o ritmo exponencial de crescimento dos últimos anos será mantido, projetando que 2013 será um ano perdido para a companhia.
O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, apressou-se em dizer que a empresa ainda tem muito espaço para crescer neste ano, mas muito se especula sobre sua capacidade de manter o legado de seu cofundador Steve Jobs, morto em 2011.
Os rumores sobre novos produtos estão centrados em uma nova Apple TV e em um modelo mais barato de iPhone, cujo desenvolvimento é negado, mas não completamente descartado por Cook.