Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Petrobras prevê ano difícil; ação despenca

Estatal, que teve forte queda no lucro em 2012, espera dificuldade com endividamento, produção menor e preços defasados

Para preservar caixa, empresa pagará dividendo menor para papéis com direito a voto, que caem 8,4%

DENISE LUNA PEDRO SOARES DO RIO

Um dia depois da divulgação do balanço de 2012, que apontou lucro de R$ 21,2 bilhões, queda de 36% em relação ao ano anterior e o pior resultado em oito anos, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que 2013 será ainda mais difícil.

Para preservar o caixa, a Petrobras anunciou que pagará um dividendo menor para as ações ordinárias (ON, com direito a voto), que historicamente recebem o mesmo que as preferenciais (PN). A notícia fez as ON cair 8,4%. As PN subiram 0,4%.

A executiva listou os problemas que a estatal vai enfrentar: começa o ano mais endividada do que no anterior; ainda enfrenta a defasagem do preço dos combustíveis, já que o reajuste autorizado foi menor do que o pedido; a produção, que teve queda de 2% em 2012, não vai crescer; e a importação de gasolina e de GNL (Gás Natural Liquefeito) para abastecer as usinas termelétricas vai se manter.

Graça afirmou que continuará pedindo ao Conselho de Administração, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, paridade do preço dos combustíveis com o mercado internacional.

Mantega disse ontem que a tendência é os preços internos acompanharem mais de perto os internacionais.

Entre 2012 e janeiro deste ano, a companhia aumentou três vezes o preço do diesel (alta acumulada de 16,1%) e duas vezes a gasolina (alta de 14,9%).

Os percentuais não corrigem a defasagem ante o mercado externo -de 6% para gasolina e 20% para o diesel, diz a SLW Corretora.

"Se há uma diferença no barril de petróleo de 17% por causa do câmbio, é nosso dever mostrar aos conselheiros o impacto negativo na capacidade de geração de caixa", disse Graça.

A Petrobras não foi a única entre as grandes petrolíferas a ter ganhos menores em 2012. Shell, BP e Chevron tiveram quedas de 14%, 55% e 3%, respectivamente. A exceção foi a Exxon (EUA), cujo lucro aumentou 9%.

INVESTIMENTOS

Apesar de começar o ano mais endividada, a estatal vai investir R$ 97,7 bilhões para dar continuidade aos projetos já iniciados. Em 2012, foram R$ 84 bilhões.

"Os investimentos mais uma vez serão recordes e a

geração de caixa vai continuar fraca", afirmou o analista da Àgora Luiz Otávio Broad, que elogiou a sinceridade de Graça:

"Melhor ser sincera do que passar para o mercado o que não existe, como era antes [na gestão de José Sergio Gabrielli]. O mercado quer isso".

Mas as perspectivas da empresa melhoram no segundo semestre, quando sete novas plataformas entrarão em operação.

A estimativa da estatal é que as importações de gasolina aumentem de 90 mil barris diários para 110 mil barris diários neste ano.

Para reforçar o caixa, a Petrobras terá a partir de abril uma sala virtual (data-room) com informações sobre seus ativos à venda (reservas, produção esperada, qualidade do óleo).

A empresa quer arrecadar US$ 14,5 bilhões com a venda e, com isso, reduzir o endividamento, que causa temor de que perca o grau de investimento da companhia pelas agências de classificação de risco.

A polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, cuja compra em 2006 está sendo analisada pelo TCU (Tribunal de Contas a União), fará parte da lista.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página