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Dell fecha capital para se reinventar em meio à crise no mercado de PCs

Fundador reassume 3ª maior fabricantes global de computadores em operação de US$ 24,4 bi

Boom de smartphones e tablets traz dificuldade a fabricantes de PCs; foco agora deve ser o mercado corporativo

MARIANNA ARAGÃO DE SÃO PAULO

A Dell, terceira maior fabricante de computadores do mundo, anunciou ontem que chegou a um acordo para fechar o seu capital, devolvendo o controle da companhia para as mãos de seu fundador, Michael Dell.

Na transação, um consórcio formado por Dell, seu fundo de investimento MSD Capital e a firma de "private equity" (participações em empresas) Silver Silver Lake irão adquirir as ações em Bolsa.

A Microsoft irá financiar parte da operação, com um empréstimo de US$ 2 bilhões.

O valor do negócio, que depende de aprovação de acionistas e dos órgãos reguladores nos Estados Unidos, pode chegar a US$ 24,4 bilhões.

"Acredito que essa transação abrirá um excitante novo capítulo para a Dell", afirmou o empresário, que iniciou o negócio no dormitório estudantil da Universidade do Texas, em 1984. Ele continuará como presidente após a conclusão da operação.

TEMPOS DIFÍCEIS

O fechamento de capital é visto pelo mercado como uma tentativa da companhia de se reinventar e buscar novas rotas de crescimento, longe da pressão de investidores por resultados rápidos.

A Dell e seus concorrentes do mercado de PCs enfrentam um momento difícil, diante da concorrência com novos dispositivos eletrônicos, como tablets e smartphones.

Em 2012, as vendas mundiais de computadores recuaram 6,4% em unidades, segundo a consultoria de tecnologia IDC. As de tablets, por sua vez, subiram 75%.

Estimativas apontam que a venda de tablets possa ultrapassar a de PCs entre o fim deste ano e o início de 2014.

Segundo analistas, além da queda da demanda, a indústria de PCs enfrenta competição acirrada, especialmente de asiáticos, o que compromete a rentabilidade.

"Em alguns casos, as empresas operam com margens apertadas e até negativas", diz Camila Pereira Santos, da consultoria IDC.

FUTURO

Diante desse cenário, fabricantes tradicionais têm buscado segmentos mais rentáveis, como softwares e prestação de serviços de tecnologia a empresas.

A própria Dell tenta fazer isso desde 2007, quando seu fundador retornou à presidência da empresa e fez mais de 20 aquisições nessas áreas.

O movimento, no entanto, não foi suficiente para acalmar os ânimos dos acionistas: desde agosto de 2008, os papéis da companhia perderam 50% de seu valor.

A HP, maior fabricante mundial de PCs, segundo dados da IDC, também tenta diminuir sua dependência do setor, focando áreas como a de computação em nuvem. Em reestruturação, a companhia já demitiu mais de 29 mil funcionários no mundo.

Embora seja crucial apostar em novas frentes, a saída do mercado de PCs -no qual a Dell teve um papel crucial, ao criar um modelo de negócios baseado em venda direta ao consumidor- é um passo ousado, que deve levar tempo para ocorrer.

"As companhias [de hardware] precisam oferecem também esse dispositivo, para apresentar uma solução completa aos clientes", diz Santos, da IDC.


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