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Análise Inadimplência
Condições em 2013 devem ser favoráveis ao crédito
Desemprego baixo, salário em alta e juros estáveis podem ajudar retomada
Hoje, no Brasil, pagamos juros mais elevados por causa do nível de inadimplência -que, em 2012, fez os três maiores bancos privados perderem R$ 51,6 bilhões com dívidas não pagas, 24% a mais do que em 2011.
O aumento decorre do forte endividamento do consumidor, crescente desde 2010, definindo um alto comprometimento de renda, o que dificultou o pagamento em dia dos compromissos financeiros assumidos.
No segundo semestre, a inadimplência iniciou um ciclo de quedas mensais. Com parte do orçamento tomado por prestações, o consumidor evitou novas compras e aproveitou a queda nos juros para regularizar pendências.
O desemprego baixo e a expansão da renda foram atenuantes de um índice que poderia ter sido maior.
Inadimplência e elevados graus de endividamento e de comprometimento da renda do consumidor impactaram a demanda por crédito.
A quantidade de pessoas que procuraram crédito no ano passado recuou 3,1% em relação a 2011. Foi o pior desempenho anual desde 2007, quando começou a medição.
A boa notícia é que as concessões de crédito ao consumidor entrarão em rota de recuperação já durante o primeiro semestre deste ano.
Alguns fatores vão contribuir para determinar uma dinâmica mais favorável: manutenção de um patamar baixo para a taxa de desemprego, ganhos salariais acima da inflação na maioria das categorias profissionais e a tendência de estabilidade da taxa básica de juros (Selic).
Esse conjunto, aliado a condições propícias a renegociação de débitos em atraso e maior rigor na análise e concessão de crédito, levará a inadimplência a quedas graduais ao longo de 2013.
O crédito é um poderoso instrumento para o desenvolvimento. Se for pago. Se houver calote, destrói valor e afeta a cadeia produtiva.