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Audi se diz 'ofendida' por exigência para setor de carros

Presidente da montadora afirma que regra de conteúdo local gera discriminação

Executivo afirma ter dificuldade para encontrar fornecedores no Brasil por ter uma produção reduzida

CLÓVIS ROSSI ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

O luxo, pelo menos no segmento automotivo, se diz "ofendido" pelo governo brasileiro por causa da imposição de um não especificado patamar de conteúdo local para escapar do aumento de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), em vigor a partir deste ano.

Pela regra adotada, quanto mais insumos a montadora adquirir no Brasil, maior será seu desconto de IPI.

A expressão "ofendido" é de Rupert Stadler, presidente da Audi, uma das mais lustrosas grifes de carros "premium", rótulo que o executivo prefere a "luxo".

O setor sente-se discriminado, embora a regra de "conteúdo local" valha para todas as montadoras, as já instaladas no Brasil, as que pretendem se instalar e as apenas importadoras.

"É um problema de escala", disse Stadler, no fim de janeiro, em Davos. Para ele, montadoras de grande porte, como a Volks, podem cumprir as regras tranquilamente. "Mas, se eu digo a um fornecedor local que quero apenas 4.000 assentos por ano, ele não se interessa."

Como não se interessa, as fábricas do segmento ficam impossibilitadas de seguir a determinação de realizar 6 das 12 etapas de fabricação no Brasil em ao menos 80% da produção (em 2014, as etapas sobem para sete).

O executivo conta que o efeito das novas medidas, anunciadas em outubro para vigorar desde 1º de janeiro, foi fulminante: de uma expectativa de vender 8.000 unidades, baixou para um terço.

O objetivo assumido do pacote é forçar a instalação de fábricas no Brasil, mas Stadler diz que a Audi precisaria de um "pool" de fabricantes de componentes e de mão de obra incompatível com o tamanho do mercado brasileiro para carros "premium".

"É muito mais cômodo vender na China, onde colocamos 400 mil unidades, sem precisar ter a dor de cabeça que estamos tendo no Brasil para vender apenas 2.000 unidades", diz Stadler.


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