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Trio brasileiro dá as cartas na cena global dos negócios

Sócios do 3G criam cultura de metas, bônus generosos e cortes nos custos

Contrariando fama de oportunistas, executivos ampliam empresas, se associam a bilionário e sonham com a PepsiCo

TONI SCIARRETTA CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Eles têm alma de banqueiros, só entram em companhias em que podem dar as cartas, chegaram a ser considerados oportunistas nos negócios e hoje mostram a empresários "puro-sangue" como gerir equipes e tornar rentáveis suas empresas.

Eles são os brasileiros do fundo 3G -Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles-, sócios desde o Banco Garantia, que formaram a maior cervejaria do mundo e compraram três ícones do consumo dos EUA: a cerveja Budweiser, a rede Burger King e o ketchup Heinz.

Com a promessa de bônus agressivos e de dar a chance de um office-boy chegar à presidência (caso de Telles, que entrou no Garantia como boy e comandou a Ambev), eles levaram às empresas por onde passaram a cultura da meritocracia, também conhecida como a política da "cenoura e do porrete".

Onde chegavam trocavam os presidentes e traziam para a área financeira executivos capazes de elevar ganhos e cortar custos, mesmo que isso significasse demissões. Instituíram no vocabulário do empresariado brasileiro temas como metas de rentabilidade, eficiência, qualidade de produto e ambição de ganhar espaço fora do Brasil.

A entrada no mundo das empresas aconteceu quando o Garantia comprou a quase falida Lojas Americanas em 1982 e a Brahma em 1989.

Enquanto o mercado apostava que eles sairiam desses negócios, surpreenderam ao patrocinar a fusão com a arquirrival Antarctica, algo como unir Corinthians e Palmeiras.

Nascia a Ambev, surgia a preocupação com a concentração de mercado, e os empresários deixavam de ver os concorrentes como inimigos.

Passaram a enxergar nas fusões a possibilidade de ganhos de sinergia, menor competição e ganhos fiscais -a empresa não paga imposto ao comprar outra por um valor acima do mercado (ágio).

Não só ficaram no ramo de bebidas, contrariando a fama de oportunistas que compravam empresas quase falidas com o objetivo de vendê-las, como transformaram a brasileira Ambev na maior cervejaria do mundo, ao fundi-la com a belga Interbrew e depois com a americana Anheuser-Busch (Budweiser).

Há três anos, compraram o Burger King, que dobrou seu lucro no último trimestre, apostando no corte de custos. A política deve chegar à Heinz, adquirida anteontem em parceria com o bilionário Warren Buffett. No caminho, fica o sonho de adquirir a PepsiCo, rival da Coca-Cola.


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