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Finanças pessoais

Juro baixo não deixa outra saída: poupar mais, por mais tempo

Você vai viver mais! A expectativa média de vida atual do brasileiro é de aproximadamente 80 anos. Muitos viverão até os cem. Boa notícia não é mesmo?

Há cerca de 30 anos, a expectativa dos brasileiros era inferior a 70 anos de idade. A grande maioria trabalhou até atingir o direito da aposentadoria e poucos puderam desfrutar a "melhor idade".

VIVER MAIS

A realidade hoje é bem diferente. Aposentados aos 60 anos de idade, teremos mais 30 anos pela frente para viver e colher os frutos do que plantamos na vida ativa, durante a qual trabalhamos para ganhar dinheiro, formar um patrimônio, educar os filhos e nos preparamos para, um dia, parar de trabalhar e "viver de renda".

A boa notícia é que você vai viver mais. A má é que você precisa de mais dinheiro para financiar essa fase da vida. Temos que aprender a pensar no futuro. O modelo e a experiência das gerações passadas não se aplicam mais.

E a conjuntura econômica atual, de taxa de juros baixos, complica um bocado as coisas. Você não tem outra saída a não ser poupar mais dinheiro regularmente, ou começar essa disciplina mais cedo, e poupar por um período mais longo.

PASSADO

Os juros históricos da economia brasileira foram muito generosos e de grande valia para quem foi previdente e se habituou a poupar sistematicamente pensando no futuro. Como a expectativa de vida era relativamente curta, e os juros, elevados, a acumulação de recursos foi facilitada nos últimos anos. Veja, acima, o caso de José, Francisco e Carmem (exemplo 1), que iniciaram a acumulação de recursos há anos, poupando R$ 300 todos os meses.

Considerando a hipótese de juro nominal médio de 20% ao ano (1,53% ao mês) e juro real médio de 8% ao ano (0,65% ao mês), observe na tabela como o tempo e as taxas de juros elevadas contribuíram para a acumulação de capital de cada um deles.

PRESENTE

A economia do país vive hoje uma realidade bem diferente. E embora não seja possível prever a média dos juros nos próximos 20 ou 30 anos, não é prudente contarmos com os juros elevados do passado para alavancar nosso esforço de acumulação de recursos para o futuro.

Vamos fazer uma nova simulação com números coerentes com a realidade atual (exemplo 2), adotando as premissas de juro nominal de 8% ao ano (0,65% ao mês) e juro real de 3% ao ano (0,25% ao mês). Nossos personagens agora são Maria, Raul e Teresa, dispostos a investir mensalmente os mesmos R$ 300 do exemplo anterior. Observe que, nesse contexto, o valor acumulado por eles será, infelizmente, muito menor.

Para alcançar o mesmo ganho acima da inflação do exemplo 1, eles terão de investir por mais tempo ou investir mais dinheiro todos os meses (exemplo 3).

CUSTOS

Fique de olho nos custos envolvidos nessa aplicação de longo prazo. Não há mais gordura para queimar no atual patamar de taxa de juros.

Antigamente, a rentabilidade nominal era tão boa que o investidor não se habituou a questionar e negociar os custos. Não dá mais para ignorar os fatores que comprometem o objetivo de garantir seu futuro, qualquer que seja o produto financeiro de sua escolha. Contra a inflação, muito pouco podemos fazer.

Mas os custos de intermediação financeira e os impostos sobre seus rendimentos podem ser gerenciados. Pesquise, avalie as alternativas, negocie. Seu futuro merece.

MARCIA DESSEN, certified financial planner, é sócia do BMI (Brazilian Management Institute), professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros. www.bmibrasil.com.br


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