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Preço baixo derruba plantação de laranja

Cultura perdeu 11% da área nesta safra em SP, com produtores buscando alternativas como a cana-de-açúcar

Substituição de culturas preocupa prefeitos paulistas, já que há impacto na arrecadação de tributos

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

As incertezas que rondam a produção de laranja nas últimas safras estão fazendo com que produtores de São Paulo migrem para atividades agrícolas mais rentáveis e menos susceptíveis a crises.

Responsável pela produção de 80% do suco de laranja vendido no mundo, a citricultura paulista perdeu 60 mil hectares, segundo dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola). A área plantada de laranja passou de 541 mil hectares na safra anterior para 481 mil hectares hoje.

Nessa área, outras culturas estão tomando espaço -principalmente cana-de-açúcar.

De acordo com o IEA, é a pior crise da história da citricultura paulista.

Com os estoques elevados de suco, as indústrias não processaram a quantidade total de laranja produzida nos pomares. Sem compradores, produtores viram parte da produção apodrecer.

O cenário é agravado ainda por problemas fitossanitários, queda no consumo mundial de suco de laranja -por causa da crise econômica internacional- e estagnação das vendas internas.

Segundo Marco Antonio dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, o cultivo de cana tem garantido melhor remuneração aos produtores.

"É natural [a migração de atividade do produtor de laranja]. Começa a perder dinheiro, então procura outra atividade", diz ele, que também é presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura, do Ministério da Agricultura.

Segundo o IEA, a substituição de laranja por cana tem preocupado prefeitos paulistas, já que a mudança causa impactos na arrecadação.

"Como muitas cidades não têm usinas de açúcar e álcool, elas deixam de receber os impostos e ficam só com o ônus de abrigar trabalhadores que vêm de outros Estados [com assistência social e saúde]", diz estudo do IEA.

REDUÇÃO DRÁSTICA

O produtor Carlos Eduardo Prudente Corrêa Júnior, que chegou a ter 900 hectares de laranja nos anos 90, hoje baixou para 94 hectares.

"A tendência é reduzir ainda mais", afirmou. "A citricultura não compensa mais."

Só nesta safra, o produtor estima prejuízo de R$ 2,5 milhões. Ele está migrando para a cana-de-açúcar.


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