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Bancos concedem menos crédito e cobram juros maiores em janeiro
Recuo foi maior nas operações direcionadas, onde estão incluídos financiamentos habitacionais, rurais e os feitos pelo BNDES
Apesar dos esforços do governo para tentar fazer com que os bancos começassem o ano emprestando mais e cobrando menos dos clientes, o início de 2013 foi marcado pelo pé no freio dos bancos na liberação de novos empréstimos e alta dos juros nessas operações.
Dados do Banco Central mostraram que as concessões de crédito em janeiro foram 16,7% menores do que em dezembro. A queda para pessoa física foi de 4,4% enquanto para as empresas foi de 27%.
MOVIMENTO SAZONAL
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o movimento foi sazonal e não aponta uma tendência para os meses à frente. "O mercado flui normalmente neste início de ano", afirmou.
O recuo é maior nas operações direcionadas, onde estão incluídos financiamentos habitacionais, rurais e os feitos pelo BNDES. Aí a queda total chega a 49,7%, sendo 60,3% nas voltadas às empresas e 27,7% às pessoas físicas.
"O determinante na queda do volume foi o crédito do BNDES. Há um recuo. Mas o BNDES tem uma sistemática de trabalho, que envolve análise de projetos e isso culmina com concessões em dezembro. Depois, em janeiro, volta ao normal. Os desembolsos do BNDES não devem ser analisados à luz dos dados mensais", afirmou Maciel.
Ao mesmo tempo em que emprestaram menos em janeiro, os bancos também cobraram mais pelo crédito concedido. No geral, a taxa média cobrada subiu 0,5 ponto percentual, sendo 0,3 ponto no juro da pessoa física, que foi a 24,6% ao ano, e 0,6 ponto percentual na taxa cobrada das empresas, que chegou a 13,9%.
Os dados do BC mostram ainda que a inadimplência resiste a ceder de forma mais significativa como projetava o governo. Os atrasos com mais de 90 dias somam 5,6% de todas as operações com recursos livres, mesmo valor registrado em dezembro.
No mês passado, a modalidade de crédito consignado disparou. A alta de 32,9% nas concessões do mês comparativamente a dezembro último foi puxada pelos aposentados do INSS, que registraram incremento de 57%.