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Investimento surpreende e indica retomada da economia neste ano
Aportes em máquinas e equipamentos para a produção têm expansão de 0,5% no 4º trimestre
Indústria também demonstrou reação nos três últimos meses do ano passado, com 0,4% de crescimento
Após três trimestres frustrantes, o PIB e os investimentos sinalizaram, nos três últimos meses de 2012, uma retomada ainda modesta da economia, que começa 2013 crescendo num ritmo um pouco mais forte.
O crescimento de 0,5%, do terceiro para o quatro trimestre, dos investimentos em máquinas e equipamentos para produção e construção civil surpreendeu analistas.
"Pode ser um sinal de retomada e de uma inversão do movimento econômico", afirmou Roberto Olinto, coordenador do PIB do IBGE.
No período, o PIB avançou 0,6%, acima dos 0,4% do terceiro trimestre -dado revisado para baixo pelo IBGE (originalmente era 0,6%).
Também beneficiada por um nível maior de investimentos e por estoques menores, a indústria reagiu e cresceu 0,4%, embora a maior contribuição tenha vindo dos serviços (alta de 1,1%).
O setor foi puxado pelo crescimento do consumo, cujos lastros são aumento de renda, emprego e crédito.
É consenso entre economistas que a economia está em ritmo mais acelerado desde o fim do ano e vai avançar mais em 2013, mas não se espera uma expansão suficiente para compensar dois anos de baixo crescimento.
"Quando o padrão de crescimento era de 'voo de galinha' [expressão cunhada no fim dos anos 90 e começo dos 2000], ainda era melhor porque tinha um 'voo': um bom crescimento num ano, seguido de outro ruim. Agora, nem isso", disse Juan Jensen, sócio da Tendências.
A consultoria projeta alta de 3,2%, mas revisará o dado para baixo. Se a economia mantiver o ritmo expansão do quarto trimestre, diz, crescerá apenas 2,2% em 2013. Os dados de investimento do último trimestre, mostraram que o "pior ficou para trás", mas é "um desafio" recuperar a queda de 4% em 2012.
Sílvia Matos, da FGV, afirma que o resultado surpreendeu e sinaliza uma melhora para 2013, embora ainda "haja muito a recuperar".
Apesar da reação no final do ano, a taxa de investimento (total investido na economia, em valores, como proporção do PIB) fechou 2012 em 18,1% -mesma marca de 2009, ano de pico da crise.
Foram dois anos seguidos de queda do indicador, que sinaliza a capacidade de produzir mais no futuro.
Para Sílvia, o consumo das famílias se manterá, porém, como o principal motor do PIB -o indicador subiu 3,9% em 2012 e 1,2% do terceiro para o quarto trimestre.