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Noivas aderem a grife pronta-entrega

Mulheres economizam tempo e dinheiro com vestidos de casamento produzidos em série, e estilistas adotam modelo

Segmento é tendência, diz Costanza Pascolato; noivos também já encontram opções de ternos pré-prontos

CHICO FELITTI DE SÃO PAULO

"Eu sempre quis um vestido só meu, único", diz a empresária Ana Bandeira, 34. "Até perceber que meu peculiar é igual ao de uma galera."

Ana se deu conta de que não era única quando encontrou seu vestido de noiva dos sonhos em uma arara, já pronto e em oito opções de tamanho e duas de cor.

"A pronta-entrega chegou ao mercado de noivos", constata a consultora de moda Costanza Pascolato. "A tendência da estação é cada vez menos fazer vestido do zero. Compra-se pronto", brinca.

O estilista Lucas Anderi, 33, desponta como representante do modelo de negócio. Egresso de uma família de estilistas de casamento, tem sempre 30 modelos prontos.

Diz "adorar" projetar peças para uma noiva abstrata, executar várias versões do mesmo vestido e vender para mulheres bem concretas.

A produção em série permite que ele reduza o preço à metade. "Já representa 40% das vendas e está crescendo."

Negando o nome, a pronta-entrega para noivas exige, sim, ensaio. "Faço de três a cinco provas. É preciso, para dar ajustes", diz Anderi.

Emannuelle Junqueira, que vestiu a cantora Sandy para o altar, abriu uma marca só de produtos prontos.

A Off White fica nos Jardins e cobra de R$ 2.000 a R$ 6.000 por véus, vestidos, acessórios e sapatos.

Mas não são só jovens estilistas que adotam o modelo. O tradicional Paulo Dolce, 54, que desenha para a família Safra e fazia peças para Hebe Camargo, fez sua incursão no modelo de produção na feira Casamoda Noivas, no hotel Unique, em São Paulo, no fim de semana passado.

No caso dele, foi uma pronta-entrega, mas não muito.

"Todas elas gostam de vestidos únicos." É por isso que Dolce fez apenas uma peça de cada um dos 12 modelos. "Estou tentando vestir a pronta-entrega de sob medida."

Os três estilistas colocaram suas ofertas na feira. O intuito foi levar as peças da passarela para o corpo da cliente -e de lá para casa.

"A noiva não tem mais tempo. Muitas vezes o sob medida fica difícil", disse a organizadora do evento, Duda Ferreira, 36.

NOIVOS

Não foi só a noiva que ganhou opção mais rápida para se vestir.

Com investimento que "passou dos seis dígitos", o alfaiate João Camargo abriu na alameda Lorena uma loja só de ternos pré-prontos.

Passados dois meses, diz, os clientes "significam pouco", mas ele espera crescimento. Até porque o público-alvo é amplo: quase todos os homens conseguem fazer um costume na hora.

Quase. "Existem biótipos [tipos de corpo] que recomendo fazer sob medida."Isso porque as grades de tamanho de todos os estilistas entrevistados são restritas: do 34 ao 40.

A diferença maior no resultado final fica no bolso. Enquanto um terno pronto custa de R$ 2.490 em diante, um sob medida parte de R$ 4.450 no seu ateliê dos Jardins.

André Math, 41, que vai se casar com Ana Bandeira, não comprou a ideia.

"Roupa nova pra quê? Vou com um terno que uso para trabalhar e pronto."


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