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Análise

Risco de investir na Argentina foi decisivo para saída da Vale

PEDRO SOARES DO RIO

Por trás da decisão da Vale de cancelar o projeto de US$ 6 bilhões de potássio na Argentina há mais do que a prioridade absoluta dada pela mineradora ao minério de ferro. O risco inerente à iniciativa foi determinante.

Apesar da pressão política pela manutenção do projeto, feita pelos governos dos dois países, a empresa fez cálculos e estimou que o empreendimento de Rio Colorado não teria o retorno desejado.

Isso por causa das mudanças na área regulatória e das dificuldades em obter licenças. O custo poderia superar os US$ 10 bilhões. A Argentina perde seu maior projeto industrial, e o Brasil, a possibilidade de comprar, no Mercosul, potássio, matéria-prima de fertilizantes, hoje importado em sua maioria.

É fato que a Vale e seus dirigentes repetem como um mantra que o foco principal é o minério de ferro e o aumento de sua produção, estagnada desde 2008.

Mas, em condições mais favoráveis, a Vale não hesitaria em tocar em frente o projeto, mesmo com a perspectiva de ter que postergá-lo diante da atual conjuntura menos favorável e da necessidade de gerar caixa mais rapidamente.

Poucos analistas creem, porém, que a desistência da Vale seja um blefe para obter condições melhores para retomar à frente o projeto.

A empresa tomou recentemente várias medidas de contenção de custos. Algumas delas até inesperadas, como a redução do investimento na exploração de novas reservas, como a Folha revelou.

Nesse contexto, o corte de projetos com menos potencial de geração rápida de receita faz sentido e a decisão de colocar na prateleira o projeto de Rio Colorado já era mais que esperada. Os sinais já tinham sido apresentados pela própria Vale.


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