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Medidas da Anatel freiam mercado de celular pré-pago

Pressão por aumento da qualidade e redução de taxa entre operadoras desestimulam modalidade de plano

Tarifa de interconexão garantia receita a teles, mesmo que cliente não recarregasse chip; foco passa a ser o pós-pago

MARIANNA ARAGÃO DE SÃO PAULO

O esforço da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em estimular a qualidade do serviço e aumentar a concorrência entre as teles trouxe um efeito colateral para as companhias: a desaceleração do mercado de planos pré-pagos, responsável por 80% dos clientes e boa parte das receitas das operadoras.

Após um crescimento explosivo na última década, o ritmo de expansão dos pré-pagos praticamente se estagnou em 2012, forçando as operadoras a tomar medidas para contornar a perda de receita desses clientes.

O movimento foi resultado de uma medida adotada pela Anatel no ano passado, que reduziu a taxa de interconexão, cobrada nas ligações entre diferentes operadoras.

A tarifa, repassada pela operadora que origina a chamada para a que recebe, é responsável por tornar o minuto da chamada entre empresas concorrentes no Brasil um dos mais caros do mundo.

No início de 2012, a agência determinou a redução gradual da cobrança, que passou de R$ 0,42, em média, para R$ 0,36. As taxas deverão cair mais até 2016.

Com isso, a receita obtida pelas operadoras com clientes de outras companhias, que representa 40% de seu faturamento total, está caindo.

No entanto, segundo analistas, esse impacto tende a ser maior na base de usuários do pré-pago, já que 40% deles apenas recebem ligações.

"Por mais que esse cliente não recarregasse seu celular com créditos, a taxa de interconexão obtida com as ligações recebidas era suficiente para pagar a operação e ainda ganhar dinheiro", diz Jorge Monteiro, especialista em mercado de telefonia.

"Mas, com a taxa de interconexão menor, muitos deixaram de ser rentáveis."

FAXINA

Diante disso, as operadoras têm feito uma espécie de faxina na base de clientes.

Na Vivo, a limpeza de base ocorreu a partir de outubro. A companhia reduziu de 60 para 50 dias o limite de dias sem uso dos serviços para desligamento compulsório da linha. Oi e TIM também fizeram limpezas em 2012.

Além de melhorar indicadores operacionais, os desligamentos evitam o pagamento anual de taxas de fiscalização, que também incidem em chips inativos.

Para o analista de um grande banco, a pressão de Anatel por qualidade, com suspensão de vendas e de promoções em 2012, fez as empresas serem menos agressivas na comercialização de novos planos.

NOVO FOCO

Segundo analistas, agora a disputa por receita virá do segmento de pós-pagos, que tem clientes mais rentáveis.

"Esse plano permite integrar mais serviços à oferta, como dados, além de ter receita previsível", diz Ricardo Correa, da Ativa Corretora.

Em sua última divulgação de resultados, a Oi afirmou ter esse tipo de cliente como foco. Em 2012, acrescentou 1,2 milhão de novos usuários pós-pagos, três vezes o volume adicionado em 2011.

Outro impulso para a estratégia das companhias nesse sentido é a popularização dos smartphones.


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