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Com tensão sobre Chipre, dólar volta a R$ 2

Indefinição sobre país e saída de recursos do Brasil pressionam câmbio, e negócios param à espera de intervenção do BC

Expectativa é que autoridade monetária intervenha hoje; Bolsa recua 0,81% e atinge a menor cotação do ano

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO ANDERSON FIGO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A saída recorde de recursos do Brasil e o mau humor internacional com a indefinição em Chipre fizeram ontem o dólar romper R$ 2, cotação vista como a máxima antes de o Banco Central intervir para segurar a moeda.

O dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, fechou ontem em R$ 2,007, com alta de 0,78%. Foi a primeira vez desde 25 de janeiro que ficou acima de R$ 2. O dólar comercial, utilizado no comércio exterior, subiu 1,06% e terminou o dia a R$ 2,011.

Para Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, a deterioração do fluxo cambial deve obrigar o BC a intervir hoje para evitar uma subida maior da moeda americana.

No ano, a saída de dólares chega a US$ 3,5 bilhões, enquanto no mesmo período de 2012 havia uma entrada de US$ 18,7 bilhões.

"Os números falam e é preciso escutar o que dizem. Isso é preocupante para um país que precisa de financiamento para seu deficit externo."

"Os negócios pararam quando o dólar bateu em R$ 2. Todos esperam intervenção do BC, mas ela ainda não veio", disse Ivan Silva, da Fair Corretora.

Para analistas, a ausência do BC ontem sugere que a autoridade monetária possa tolerar uma cotação mais elevada da moeda americana.

Essa percepção foi reforçada após o ministro Guido Mantega (Fazenda) falar no Senado que está "confortável" com o dólar e que a alta ocorre porque o "câmbio é realmente flutuante" no país.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o BC ficou fora porque a moeda já vinha apresentando uma tendência de alta gradual nos últimos dias. "Não foi uma disparada atípica. O governo já mostrou que R$ 2 não é um nível que incomoda. O mercado pode forçar uma alta até uma intervenção do BC."

CONFISCO

Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) deu até segunda-feira para que Chipre chegue a um acordo para obter um resgate de € 10 bilhões da União Europeia, sem recorrer ao "confisco" de parte das poupanças da população.

O ultimato derrubou as Bolsas europeias e levou a Bovespa à pontuação mínima do ano: 55.576 pontos, em queda de 0,81%.

A agência de risco S&P rebaixou o país para CCC, considerado "altamente especulativo" (junk bond).

Os credores pediram que Chipre taxasse os depósitos dos poupadores. A proposta provocou corrida aos bancos, uma série de protestos e a rejeição do Parlamento.

Entre as alternativas estão a nacionalização de fundos de pensão, a emissão de dívida pública ligados à receita de gás ou um imposto mais alto apenas aos grandes investidores, a maioria russos.

Se a situação não for resolvida até segunda-feira, a União Europeia só concederá o dinheiro se for feita a solvência dos bancos mais prejudicados pela crise no país.


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